Depois de cessar-fogo, quase mil pessoas morreram na Ucrânia
Quase mil pessoas foram mortas na Ucrânia desde que foi assinado o cessar-fogo entre Kiev e os rebeldes pró-russos, em 5 de setembro passado. Segundo o balanço divulgado nesta quinta-feira (20) pela ONU, uma média de 13 pessoas morreram por dia desde o acordo. Contando as 298 vítimas do abatimento do MH17, da Malaysia Airlines, o número de mortos desde a metade de abril, quando começaram os combates, chega a 4.317.
Publicado em: Modificado em:
"O número de vítimas continua crescendo", disse, em comunicado, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein. "Civis, incluindo mulheres, crianças, minorias e uma enormidade de indivíduos e grupos vulneráveis, continuam a sofrer as consequências da crise política na Ucrânia", afirmou.
O conflito também provocou um grande contingente de refugiados dentro do país, principalmente nos últimos meses. Na metade de setembro, 275.489 pessoas haviam deixado suas casas. Sob o cessar-fogo, este número aumentou exponencialmente e, nesta quarta-feira, chegava a 466.829.
O relatório, realizado pela Missão das Nações Unidas para o Monitoramento dos Direitos Humanos na Ucrânia, também detalha graves infrações aos direitos humanos, perpetradas pelos dois lados. Um soldado ucraniano, por exemplo, disse que teve o braço direito decepado com um machado por causa de uma tatuagem com a frase "Glória à Ucrânia". Um separatista preso pelas forças ucranianas declarou que foi sufocado com sacos plásticos e sofreu espancamentos diários.
Nas últimas 24 horas, um combatente serparatista morreu e cinco ficaram feridos em Donetsk. Do lado ucraniano, foram seis soldados feridos. Perto da cidade de Lugansk, sob controle rebelde, uma enfermeira de 58 anos morreu e outro civil foi ferido em um ataque.
Ataque contra comboio da OSCE
Também nesta quinta-feira, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) denunciou que um de seus comboios foi alvo de tiros em Marinka, cidade controlada por Kiev a 15 km de Donetsk, o principal bastião da insurgência.
Em comunicado, a OSCE informou que as "balas (disparadas por um homem de uniforme) foram parar a dois metros do segundo veículo do comboio". De acordo com a organização, essa foi a primeira vez que tiros foram deliberada e diretamente disparados contra os observadores internacionais.
Apesar de o comunicado tratar o incidente como um "caso isolado", na terça-feira (18), disparos de advertência foram feitos na direção de um carro da OSCE que se aproximava da linha do fronte, em Debaltseve. A OSCE tem quase 300 funcionários monitorando o cumprimento do cessar-fogo na Ucrânia.
Joe Biden
Na sexta-feira (21), o vice-presidente norte-americano Joe Biden participa da comemoração do primeiro aniversário dos protestos que derrubaram o antigo presidente pró-russo Viktor Yanukovich. Depois de assistir à celebração, Biden se reúne com o presidente Petro Porochenko e com o primeiro ministro Arseni Yatseniuk. O principal assunto em pauta, informou seu gabinete, será a série de "violações russas" do cessar-fogo assinado em setembro na capital da bielorrússia, Minsk.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro