Depois de proibir atos pró-Palestina, França é única a registrar conflitos
Milhares de pessoas se manifestaram neste domingo (20) por diversas capitais europeias contra a operação israelense Limite Protetor que, em 13 dias, causou a morte de ao menos 438 palestinos - 100 deles no domingo. Em Sarcelles, nos arredores de Paris, um grupo resolveu burlar a proibição imposta pelo governo e saiu às ruas. A manifestação terminou em confronto com a polícia, vandalismo e atos antissemitas.
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A cidade, conhecida por abrigar grandes comunidades judaica e muçulmana, virou palco de uma verdadeira guerrilha urbana. O ministro do Interior proibiu os atos pró-Palestina na última sexta-feira, uma ação inédita em toda a Europa e que rendeu uma chuva de críticas ao governo, tanto da esquerda quanto da direita.
Mesmo assim, os agrupamentos aconteceram: na zona norte da capital, no sábado, tudo corria bem até que a tropa de choque tentou dispersar a multidão, que revidou atirando pedras e garrafas. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogênio.
A proibição, que o primeiro ministro Manuel Valls e o presidente François Hollande justificaram como uma tentativa de "evitar o crescimento do antissemitismo", acirrou a tensão.
Houve graves confrontos com a polícia, que novamente utilizou bombas de gás e balas de borracha contra a população que destruía carros, lixeiras e saqueava estabelecimentos comerciais. Uma mercearia judaica foi incendiada. Treze pessoas foram presas, informou uma fonte policial.
Manifestações pacíficas
Cerca de 11 mil pessoas tomaram o centro de Viena (Áustria) para protestar contra a "opressão na Palestina", assim como em Amsterdã (Holanda) e em Estocolmo (Suécia), onde 3 mil e mil pessoas, respectivamente, saíram as ruas contra os ataques israelenses. Na capital austríaca, o desfile foi acompanhado de um forte aparato policial, depois que a primeira ministra Johanna Mikl-Leitner fez um apelo para que o movimento fosse pacífico.
"Não somos antissemitas, somos humanistas. Pedimos que europeus e americanos finalmente tomem uma atitude (contra a brutalidade israelense)", declararam os organizadores austríacos no início do ato. Em outras cidades do país como Graz e Linz, os protestos reuniram algumas centenas de pessoas.
Quanto menos polícia, menos problemas
Na Holanda, a maioria dos manifestantes brandiam as cores da Palestina, da Turquia ou de outros países do Oriente Médio e gritavam "Liberdade à Palestina". Apesar de um contingente policial tímido, quase imperceptível, o protesto não registrou nenhum incidente. Vestido com o tradicional véu palestino, um participante do ato se perguntava "por que o mundo permanece em silêncio" diante do massacre de crianças e inocentes.
Em Estocolmo, onde a polícia também não teve presença ostensiva, tudo correu em paz, com manifestantes que gritavam que "um holocausto não justifica outro". Em Londres, duas manifestações aconteceram paralelamente: uma, a favor da operação israelense, seguiu para frente da embaixada de Israel na capital britânica. A outra, pró-Palestina, foi mantida à distância da primeira pela polícia, que não efetuou nenhuma prisão.
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