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Ucrânia/Rússia

Governo da Ucrânia rejeita alta de 80% do preço do gás russo

A Ucrânia rejeitou neste sábado (5) a alta de 80% no preço do gás imposta pela Rússia. Para o governo ucraniano, essa pressão política é “inaceitável”.

Uma estação de gás em Mryn perto de Kiev, capital da Ucrânia.
Uma estação de gás em Mryn perto de Kiev, capital da Ucrânia. REUTERS/Gleb Garanich
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A decisão da Rússia de elevar os preços do gás de forma unilateral pode provocar uma “guerra do gás” com impactos em toda a Europa. Esse é o temor de muitos analistas e dos líderes europeus que se reuniram em Atenas neste sábado. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, voltou a pedir que a Rússia desista da “escalada” [de pressões] contra a Ucrânia e reiterou que o bloco pode lançar “novas sanções” econômicas contra Moscou se a crise se agravar.

“A Rússia fracassou no controle a Ucrânia por meio de uma agressão armada. Então ela lançou, agora, esse plano para controlar a Ucrânia com uma agressão econômica”, disse o premiê ucraniano, Arseni Iatseniouk. “Essa pressão política é inaceitável”, concluiu.

Moscou cancelou nesta semana um acordo de fornecimento de gás para a Ucrânia a preços moderados. Resultado: em 72 horas, o preço saltou de US$ 268 para US$ 485 por 1.000 metros cúbicos do produto. Com o reajuste, o valor cobrado passa a ser um dos mais altos da Europa.

Desde a derrubada de Viktor Ianoukovitch da presidência da Ucrânia, o novo governo interino do país e a Rússia não conseguem manter um diálogo. A Rússia considera as autoridades ucranianas “ilegítimas”. Por sua vez, a Ucrânia não reconhece a anexação da Crimeia à Rússia.

Corte no abastecimento de gás

A Ucrânia é extremamente dependente do gás russo além de ser também um local de passagem do produto para países da Europa. Cerca de 40% do gás exportado pela Rússia para o continente passa pelo território ucraniano. Logo, uma suspensão do fornecimento do produto russo teria consequências imediatas no leste europeu.

Diante da queda-de-braço entre Kiev e Moscou por causa do reajuste, o premiê ucraniano alerta que a Rússia pode “restringir ou até suspender” o abastecimento da commodity. As autoridades russas já usaram essa manobra duas vezes, sendo a última entre 2009 e 2010. Consciente dessa ameaça, o chanceler alemão, Frank-Walter Steinmeier, insistiu com seus colegas europeus: “é por isso que temos que dialogar com a Rússia apesar das nossas diferenças”. Alemanha também é um dos principais clientes do gás russo.

Em solidariedade ao problema ucraniano, países como a Polônia e a Hungria informaram que poderiam ceder para a Ucrânia parte do gás que eles compram de Moscou a preços mais baixos. A gigante russa Gazprom, porém, já deu um alerta e disse que esses países precisam prestar “muita atenção” à legalidade dessa decisão.
 

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