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Ucrânia/Rússia

Ucrânia acusa Yanukovitch e Rússia por morte de manifestantes

O ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, acusou nesta quinta-feira (3) o presidente deposto Viktor Yanukovitch e o serviço secreto russo de responsabilidade pelos disparos contra os manifestantes que protestavam em fevereiro, no centro de Kiev. A repressão policial deixou pelo menos 90 mortos.

Arsen Avakov, ministro do Interior ucraniano durante coletiva de imprensa em Kiev.
Arsen Avakov, ministro do Interior ucraniano durante coletiva de imprensa em Kiev. REUTERS/Shamil Zhumatov
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"Yanukovitch deu a ordem criminosa de atirar contra os manifestantes entre 18 e 20 de fevereiro", disse o ministro interino. Avakov afirmou ainda que agentes russos do FSB (ex-KGB) "participaram no planejamento e execução da suposta operação antiterrorista".

A justiça ucraniana anunciou a detenção de 11 policiais e de seus comandantes por envolvimento nos distúrbios.

O FSB negou implicitamente o envolvimento, em um comunicado divulgado pela agência Ria Novosti. A nota do serviço secreto russo diz: "Que estas afirmações fiquem na consciência dos serviços secretos ucranianos".

Depois de três meses de manifestações violentas contra o governo em Kiev, o final de fevereiro teve dois dias de confrontos intensos que levaram o Parlamento ucraniano a destituir o presidente pró-Moscou e seu governo.

Na madrugada de 19 de fevereiro, quase 20 pessoas, em sua maioria manifestantes, morreram atingidas por tiros na capital ucraniana e outras 60 morreram no dia seguinte. Em muitos casos, as vítimas foram atingidas em ações de franco-atiradores.

A Rússia afirma que os grupos ultranacionalistas ucranianos atiraram primeiro contra a polícia, em uma tentativa de atribuir a violência ao presidente Yanukovitch e a seus aliados de Moscou.

Rússia pede explicações sobre tropas da OTAN

A Rússia declarou hoje que alguns batalhões russos que tinham sido enviados à fronteira da Ucrânia vão retornar às suas bases. Em telefonema à chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente russo, Vladimir Putin, informou que um primeiro batalhão já deixou a região de Rostov, perto da fronteira da Ucrânia, para voltar à Samara, mais a leste, sua base permanente.

Em entrevista coletiva, o chanceler russo, Serguei Lavrov, explicou que outras unidades retornarão a suas bases permanentes, nos próximos dias, "depois que tiverem encerrado as missões que receberam".

Lavrov disse na coletiva que pediu explicações à OTAN sobre os planos da aliança ocidental de fortalecer sua presença militar em países do leste da Europa. Ontem, o secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, declarou "extremamente inquietante" a presença maciça das tropas russas na fronteira com a Ucrânia. 

Sinal da tensão nas relações russo-americanas, a Nasa anunciou nesta quarta-feira sua decisão de suspender todos os contatos com a Rússia, exceto a colaboração na Estação Espacial Internacional (ISS).

"Nos últimos dias, vários sinais vindos de Washington indicam que os Estados Unidos estão prontos para sair do diálogo, mesmo sobre questões em que a cooperação é benéfica para os Estados Unidos", comentou o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, citado pela agência Interfax.

Negociações de gás

Autoridades russas e ucranianas começaram nesta quinta-feira (3) negociações para o fornecimento de gás à Ucrânia. Moscou utiliza a dependência ucraniana do gás russo (cerca de três quintos das importações) como arma de pressão sobre Kiev. Na terça-feira, a companhia russa Gazprom anunciou um aumento de mais de um terço do preço do gás vendido à Ucrânia.

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