Itália retoma busca por vítimas de naufrágio em Lampedusa
As equipes de resgate retomaram na manhã desta segunda-feira os trabalhos de busca pelas centenas de vítimas do barco que naufragou na ilha de Lampedusa na última quinta-feira. Estima-se que cerca de 150 cadáveres, dos quais muitos de mulheres e crianças, continuam dentro do barco a 50 metros de profundidade no fundo do mar.
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma
Os mergulhadores podem permanecer mais do que dez minutos submersos, tentando recuperar o maior número de corpos possível. De acordo com eles, as cenas são estarrecedoras: várias pessoas morreram abraçadas umas às outras.
No galpão do aeroporto, ainda se pode ver os 115 caixões com corpos de vítimas identificadas apenas por um número. Sobre as caixas funerárias dos adultos, foram colocadas rosas vermelhas. Nos quatro caixões brancos em que estão corpos de crianças, há um urso de pelúcia e uma flor de lírio. Todos devem ser transferidos ainda nesta segunda-feira para vários cemitérios na Sicília.
Enquanto isso, continua a polêmicas sobre a legislação italiana que classifica todos os imigrantes ilegais como criminosos. Em muitos casos, pescadores italianos se recusam a socorrer vítimas porque temem ser acusados de favorecer a imigração ilegal.
A ministra italiana da Integração, a ítalo-congolesa Cecile Kyenge, visitou Lampedusa no domingo e disse esperar que a lei seja modificada. Mas segundo o governo, a Itália não pode resolver o problema da imigração sozinha. Diante desta tragédia, ministros do interior da União Europeia se reunirão em Luxemburgo na terça-feira para discutir eventuais melhorias na legislação. Na quarta, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso visita Lampedusa para avaliar a situação.
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