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Reportagem

Depois de primavera gelada, Europa enfrenta onda de calor que já matou 760 na Inglaterra

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O verão demorou a chegar no Velho Continente, mas quando veio, foi para valer. Ondas de calor em vários países deixaram autoridades alertas sobre possíveis problemas de saúde, especialmente entre crianças e idosos, em função da baixa humidade relativa do ar e das altas temperaturas. Na Inglaterra, os termômetros chegaram a marcar 38 graus no sudeste do país. Os efeitos do calor já mataram 760 pessoas na Inglaterra nas últimas duas semanas. 

Parisienses se refrescando em chafariz diante da Torre Eiffel.
Parisienses se refrescando em chafariz diante da Torre Eiffel. Reuters
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Para os brasileiros, 38 graus durante o verão pode não parecer nada demais, mas no norte da Europa trata-se de um clima nada comum. "O impacto dessas ondas de calor depende de quão acostumada a altas temperaturas está a população de um país. No sul da Espanha, apesar de se registrar com certa frequência dias com mais de 40 graus, há pouquíssimas vítimas do clima. No norte do continente, os habitantes não estão habituados a esses números", afirma Frédéric Nathan, do Instituto Francês de Meteorologia. Segundo Nathan, a França passará por uma onda de calor intensa nos próximos dias, com os termômetros marcando, em média, 35 graus. "A população precisa saber da importância de se hidratar regularmente e de ficar pelo menos duas horas por dia em um ambiente climatizado. O momento que inspira mais cuidados é durante a noite, pois o calor não cede e o corpo fica mais vulnerável", completa o especialista.

Esse aumento vertiginoso das temperaturas sucede a primavera mais fria dos últimos 50 anos. Segundo o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Jorge Miguel Miranda, o aquecimento global é um dos fatores para as temperaturas extremas - tanto durante as estações frias quando durante as quentes. "A ciência não determinou exatamente a relação entre os dois, mas sabemos que ela existe. Diante dessa informação, é preciso cuidado minucioso durante essas ondas de calor, para evitar uma sobrecarga do sistema de saúde e um número elevado de mortes", afirma.

Em 2003, a Europa registrou a pior onda de calor dos últimos 500 anos. Os resultados foram trágicos. Mais de 70 mil pessoas morreram vítimas das consequências do clima. A França foi a mais atingida, com quase 15 mil mortes somente em Paris, principalmente idosos que moravam sozinhos. Essa parcela da população é mais atingida pois não sentem tanto os efeitos da desidratação, e alguns medicamentos exacerbam os efeitos do calor extremo.

A meteorologia consegue prever com precisão o clima com uma antecedência de até dez dias. Pelo menos por enquanto, não há sinais de que 2003 vá se repetir, apesar das altas temperaturas.

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