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União Europeia

Irlanda assume presidência rotativa da UE e mira crescimento

Neste 1° de janeiro, a Irlanda assume a presidência rotativa da União Europeia. A Irlanda foi a primeira vítima da maior crise econômica na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, mas pode também ser o primeiro país da zona do euro a sair do buraco em 2013. Para conseguir esse objetivo, o governo irlandês vai tentar obter de Bruxelas durante sua gestão rotativa, com apoio do FMI, uma redução de sua dívida bancária da ordem de 64 bilhões de euros.

O Primeiro Ministro da Irlanda, Enda Kenny (dir.), chega à cúpula da UE em Bruxelas, em 13 de dezembro, com seu ministro das Finanças, Michael Noonan
O Primeiro Ministro da Irlanda, Enda Kenny (dir.), chega à cúpula da UE em Bruxelas, em 13 de dezembro, com seu ministro das Finanças, Michael Noonan REUTERS/Eric Vidal
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Em 2008, a recapitalização dos bancos irlandeses teve de ser feita na urgência, mas hoje essa "herança" pesa sobre os cofres públicos e deve ultrapassar 120% do PIB no ano que vem. Por outro lado, enquanto Grécia e Portugal continuam sem perpectivas de retomada do crescimento, a Irlanda pode ter em 2013 um aumento da atividade econômica de 1,1% e de 2,2% em 2014, segundo projeções.

Os riscos que ameaçam esse cenário positivo são a fraca capacidade de empréstimo dos bancos e o impacto das medidas de austeridade sobre o consumo interno, daí o interesse do governo irlandês em reduzir a pressão sobre os contribuintes.

À frente da União Europeia, a Irlanda quer usar sua própria experiência para colocar o crescimento e a geração de empregos na ordem do dia. "E não só no discurso", garantiu o ministro de Relações Exteriores e Comércio do país, Eamon Gilmore. A ideia é aplicar medidas legislativas neste sentido.

Recuperação
Combinando duras políticas de austeridade com medidas de incentivo ao crescimento, a Irlanda tem conseguido reestruturar sua economia. Conforme promoveu aumentos generalizados de impostos e serviços públicos, criou fundos de investimento para pequenas e médias empresas. Ao mesmo tempo em que cortou custos nas áreas social e de saúde, aprovou no último dia 19 de dezembro, uma lei que reduz drasticamente o custo das hipotecas e permite que as pessoas não percam suas casas quando sofrem quedas salariais.

O resultado é que, em 2013, a Irlanda pode se tornar o primeiro país da zona do euro a sair do plano de ajuda estabelecido em 2010 pela Troika (FMI, União Europeia e Banco Central Europeu) e que prevê um auxílio de até 85 bilhões de euros. Com o desbloqueio do nono lote de ajuda (890 milhões de euros), aprovado em 17 de dezembro, o país já recebeu 19,4 bilhões do plano de resgate.

Mas, as boas perspectivas vêm, por exemplo, do fato de que a economia irlandesa começou a crescer, ainda que timidamente: no terceiro trimestre deste ano, ela avançou 0,2%, sendo que, no segundo, já havia crescido 0,4%. Outro motivo de esperança é o fato de que a Irlanda conseguiu captar cerca de 2 bilhões de euros em títulos da dívida desde julho de 2012. Um ano atrás, as taxas de juros haviam tornado proibitivos os preços dos bônus irlandeses.

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