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Rússia/ eleições

Europeus denunciam eleições "enviesadas" para vitória de Putin

A eleição presidencial da Rússia, vencida no domingo pelo primeiro-ministro Vladimir Putin, foi marcada por irregularidades marcantes na apuração dos votos após uma campanha "claramente enviesada" a favor do atual primeiro-ministro, informaram observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, por comunicado.

Jornais russos desta segunra-feira destacam vitória de Putin.
Jornais russos desta segunra-feira destacam vitória de Putin. REUTERS/Mikhail Voskresensky
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"Não havia uma competição real e o abuso de recursos do governo assegurou que o vencedor final das eleições nunca fosse uma dúvida", afirmou a OSCE. "O processo se deteriorou no momento da apuração e evoluiu negativamente em um terço das seções eleitorais, em consequência de irregularidades de procedimento", diz o texto. O órgão destaca que os candidatos “conseguiram fazer campanha sem obstáculos, mas as condições estiveram claramente enviesadas a favor de um candidato, o primeiro-ministro Vladimir Putin".

A OSCE observou a ausência de “um árbitro independente” para monitorar as eleições, em referência à Comissão Central Eleitoral russa. O órgão disse ainda que, desde o princípio, a votação apontava para “um ganhador certo com uma maioria absoluta”, o que diminuiu as chances de um segundo turno.

Vladimir Putin venceu a eleição com 63,64% dos votos - cerca de 45 milhões de cédulas. Ontem, ao comemorar a vitória, ele se antecipou a defender-se das suspeitas de fraudes. "Vencemos em uma luta aberta e limpa", afirmou Putin na praça moscovita do Manezh, perto do Kremlin.

Este será o terceiro mandato de Putin como presidente, que deixou o poder em 2008 e logo depois assumiu como primeiro-ministro. Na época, a Constituição russa não autorizava três mandatos consecutivos. Mas durante a gestão de Dmitri Medvedev, seu protegido, uma reforma constitucional permitiu a prolongação do mandato presidencial de quatro para seis anos, autorizando a reeleição por duas vezes consecutivas. Desta forma, se ganhar todas as eleições, o premiê poderá ficar no poder até 2024.

Para o candidato comunista Guennadi Ziouganov, que ficou em segundo lugar com cerca de 17%, "essas eleições foram roubadas, totalmente desonestas. Como candidato, não posso reconhecê-las." Em terceiro lugar ficou o milionário russo Mikhaïl Prokhorov, com cerca de 7%. A taxa de participação é de cerca de 64%.
 

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