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Brasil bate recorde no Mundial de Atletismo Paralímpico de Paris

A delegação brasileira conquistou um total de 47 medalhas e comemorou a melhor campanha do país até hoje na competição. O Mundial que terminou nesta segunda-feira (17), em Paris, também serviu de teste para os organizadores dos Jogos Paralímpicos de 2024.

O Brasil teve em Paris o melhor desempenho em Mundiais de Atletismo com um total de 47 medalhas.
O Brasil teve em Paris o melhor desempenho em Mundiais de Atletismo com um total de 47 medalhas. © Pierre-René Worms/RFI
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Apesar de ter duas medalhas a mais do que a China no quadro final, 47 a 45, o Brasil ficou em segundo lugar na classificação geral, pois os chineses terminaram com dois ouros a mais: 16 contra 14 dos brasileiros. A última medalha de ouro no Mundial foi conquistada no último dia de competição pelo paraibano Petrucio Ferreira no 100m classe T47. Ele estabeleceu um novo recorde no Mundial com 10,37 segundos.

“Difícil descrever o momento. Busquei meu tri no campeonato mundial, fico muito feliz. Sair daqui com essa medalha, não tenho palavras suficientes. A emoção que expressei aqui falou por toda minha trajetória”, disse ao final da premiação.

Ao seu lado no pódio estava o curitibano José Alexandre Martins, que treina em Blumenau. O jovem de 19 anos, que estreou em uma competição adulta, volta para casa com duas medalhas, sendo a de prata nos 100m e o bronze nos 400m (T47). “Eu cheguei aqui tão pequeno e estou saindo tão grande, com duas medalhas. Só tenho que agradecer a Deus por tudo isso. Nem nos meus melhores sonhos eu imaginava, tão jovem, ser duas vezes medalhistas num Mundial adulto. Não tenho palavras para descrever esse momento”, ressaltou.

Petrucio Ferreira (à esq) foi ouro  e José Alexandre Martins foi prata na final dos 100m (T47).
Petrucio Ferreira (à esq) foi ouro e José Alexandre Martins foi prata na final dos 100m (T47). © Elcio Ramalho / RFI

Além das 14 medalhas de ouro, o Brasil volta para casa com 16 medalhas no feminino, 30 no masculino e uma no revezamento misto.

No feminino, entre os destaques estavam a potiguar Thalita Simplício, duplamente medalhista com uma de ouro no nos 400m e bronze nos 200m (T11) e a baiana Raíssa Rocha Machado foi prata no lançamento de dardo (F56). “Nós somos 'potência', independentemente da cor da medalha. Consegui subir no pódio e estou muito feliz”, declarou Raíssa.

A brasileira Thalita Vitoria Simplicio da Silva, prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, conquistou duas medalhas no Mundial de Paris 2023.
A brasileira Thalita Vitoria Simplicio da Silva, prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, conquistou duas medalhas no Mundial de Paris 2023. © Pierre René-Worms / RFI

Projeção para Paris 2024

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) considerou a participação brasileira “histórica”, pois desde 2013, a China vem superando todos os adversários em número de medalhas. Apesar da delegação brasileira ter o maior número de atletas, 54 no total, contra 49 dos chineses, os resultados demonstram o alto nível de rendimento do atletismo do país. “O Brasil está de parabéns. A gente está bastante orgulhoso do time, da participação dos atletas, da forma como o trabalho foi feito e o resultado que eles conseguiram aqui em Paris”, destaca Daniel Brito, gerente de comunicação do CPB.  

A delegação brasileira também elogiou a infraestrutura oferecida na competição, que serviu para avaliar questões como mobilidade e instalações para as delegações. “A competição super bem organizada, a organização foi espetacular, tudo funcionou, muito bem, sem nenhum incidente, fomos todos muito bem tratados”, avaliou Brito.

O melhor desempenho da história do Brasil no Mundial de Atletismo Paralímpico traz esperanças para os Jogos de 2024 em Paris, que serão realizados no mesmo período de verão. “Foi muito interessante estar aqui até do ponto de vista psicológico, para os atletas entenderem a questão do clima, da alimentação, do fuso horário, já que é mais claro e só vai escurecer às 22h30. Então tudo isso foi importante para muitos desses atletas que vão estar aqui no ano que vem”, afirmou o gerente de comunicação do Comitê brasileiro.

Para os atletas foi também a oportunidade de se projetar no principal evento esportivo do planeta. “A gente já volta para o Brasil com o pensamento em 2024. É trabalhar forte para chegar aqui nessa cidade maravilhosa que nos recebeu muito bem, e ano que vem estamos de volta nas pistas de Paris”, comentou Petrucio.

“Em 2024 vai ser muito mais forte e eu quero voltar aqui muito mais preparado. Agora é voltar para casa, não deixar a cabeça subir e fazer uma boa preparação para voltar no ano que vem aqui e conquistar mais medalhas”, conclui José Martins.

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