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Quem não vai à final: Messi ou Modric? Duelo entre Argentina e Croácia marcará o fim de uma era

A semifinal Argentina x Croácia, nesta terça-feira (13) marcará o fim de uma era, em caso de eliminação, para Lionel Messi ou Luka Modric. Mesmas iniciais, mesmo número de camisa, Bolas de Ouro, ambos capitães e jogadores mais premiados da sua seleção; um dos dois - o gênio argentino de 35 anos ou o mestre do jogo croata de 37 anos - irá sem dúvida se despedir do sonho de ganhar a Copa do Mundo.

Torcedor croata dividio entre seus dois ídolos: Lionel Messi e Luka Modric (5/12/22).
Torcedor croata dividio entre seus dois ídolos: Lionel Messi e Luka Modric (5/12/22). REUTERS - MARKO DJURICA
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A mensagem de Cristiano Ronaldo neste domingo (11) confirmou o que todos os fãs do craque português já sabiam. Marrocos-Portugal (1-0) foi o jogo decisivo para o pentacampeão da Bola de Ouro que sonhava levar o seu país ao topo do mundo pela primeira vez. "Ganhar a Copa do Mundo com Portugal foi o maior e mais ambicioso sonho da minha carreira", escreveu Ronaldo no Instagram. "Lutei muito por esse sonho, mas, infelizmente, o sonho acabou”.

Na terça-feira, outro Bola de Ouro, ídolo de seu povo, também terá que escolher as palavras que acompanharão sua saída. Porque, inevitavelmente, a primeira semifinal deste Mundial 2022, entre a Argentina e a Croácia, marcará o fim de uma longa procura do argentino Lionel Messi ou do croata Luka Modric.

À altura de Maradona

Aos 35 anos, Lionel Messi provavelmente está jogando sua quinta e última Copa do Mundo (2006, 2010, 2014, 2018 e 2022). Sete vezes Bola de Ouro, o ex-Barça e atual PSG conquistou quase tudo no clube, e uma Copa América na seleção. Tudo, exceto esta Copa do Mundo, que continua sendo o Santo Graal para o nativo de Rosário, que sabe que tal feito pode definitivamente colocá-lo acima de Diego Maradona no coração dos argentinos.

Aos 39 anos, Luka Modric segue ultrapassando os limites e carregando a Vatreni (apelido da seleção croata) nas costas. Principal ator do percurso mais bonito da seleção croata, com final no Mundial de 2018, o croata número 10 quer levar o seu país ao degrau mais alto do pódio desta vez. Este quarto Mundial, depois de 2006, 2014 e 2018, marcará sem dúvida o fim da seleção daquele que também já venceu tudo com o Real Madrid.

O croata Luka Modric, no jogo que derrubou o Brasil (9/12/22).
O croata Luka Modric, no jogo que derrubou o Brasil (9/12/22). REUTERS - ANNEGRET HILSE

Neste Mundial, Lionel Messi continua na ponta de lança de uma seleção argentina que poderia ter voltado para casa na fase de grupos se não fosse o camisa 10. Porque, apesar da derrota inaugural (1 a 2 contra a Arábia Saudita), um pênalti perdido (contra a Polônia ), Messi, autor de quatro gols e duas assistências no torneio, segue sendo mais do que nunca o guia da seleção Albiceleste. O jogador do PSG tem pernas - ele jogou todas as cinco partidas desta Copa - para levar a Argentina ao sonho de uma terceira Copa do Mundo após o fracasso em 2014 contra a Alemanha.

Do lado oposto, Luka Modric sente inevitavelmente o peso da idade e destes longos anos passados ​​ao mais alto nível. O capitão croata, que foi substituído duas vezes nas cinco partidas da Vatreni, ainda tem a sorte de estar bem cercado no meio-campo pelos incansáveis ​​Brozovic e Kovacic. Estes três estarão na rota direta de Lionel Messi na terça-feira e todos esperam fazer chorar o argentino, como fizeram nas quartas-de-final com Neymar e o Brasil (1-1, e 4-2 nos pênaltis).

Em 2018, argentinos e croatas se enfrentaram na Rússia em uma partida da fase de grupos. Os amigos de Modric humilharam Messi e sua família (3 a 0).

Craque argentino fala da recuperação de sua seleção

Carlos Pizarro, enviado especial da RFI para a Copa do Mundo no Catar, entrevistou uma lenda do futebol argentino: Mario Alberto Kempes. Para o craque da Copa do Mundo de 1978, na Argentina, a Albiceleste "está jogando bem e ganhando experiência a cada partida".

"Começar uma Copa do Mundo perdendo uma partida (a Arábia Saudita venceu por 2 a 1) é extremamente complicado. Estávamos perdendo, recuperamos e vencemos. Então, no primeiro jogo que a Argentina enfrentou um time que tinha muita vontade, o México, o time soube fazer (a Argentina venceu por 2 a 0). Acho que foi aí que o time começou a melhorar. Mas começar com o pé esquerdo em uma Copa do Mundo não é bom, embora tenha se recuperado perfeitamente", disse Kempes. 

"Acredito que a Argentina, nesse sentido, em nível de equipe, fez o possível para se recuperar. Foram alguns dias de recuperação, porque aqui não se tem uma semana como num campeonato local. Aqui estão dois ou três dias no máximo. Não sei se foi coisa da psicóloga, não sei se foi do treinador, dos jogadores, ou de tudo isto, mas em todo caso as coisas correram na perfeição", acrescentou. 

Messi comemora seu gol de pênalti contra a Holanda (9/12/22).
Messi comemora seu gol de pênalti contra a Holanda (9/12/22). REUTERS - BERNADETT SZABO

Para Kempes, embora não seja possível comparar Messi com Maradona, ambos têm em comum "a vontade [de vencer], o espírito combativo, dando tudo o que têm em cada jogo".

Kempes acredita que Messi não está nervoso e consegue suportar bem com a pressão: "Ele lida muito bem, porque se formou uma equipe onde a personalidade dos outros jogadores, dos companheiros, foi colocada na ordem do dia. A seleção não procura o Messi para que ele encontre a solução de todos os problemas, mas sim os outros que tentam resolvê-los sozinhos. É uma forma de manter o Messi fresco, lúcido, para se dedicar aos 3/4 do campo para a frente. Assim, Messi está ali para resolver em poucos metros todas as jogadas que passam por seus pés", completa.

O craque prefere não pensar na final, no próximo domingo (18): "Pensemos primeiro na Croácia. Este país mostrou que tem um time muito forte, muito lutador, tem jogadores muito experientes e isso é o mais perigoso: eles sabem jogar esse tipo de jogo", finaliza. 

Jogador croata acredita na vitória

O jogador croata Branimir Kalaica, que já passou pelo Dínamo, da Croácia, e pelo Benfica, de Portugal, confessa que ficou surpreso ao ver a sua seleção eliminar o Brasil: "Para ser sincero, eu não acreditava, porque a seleção do Brasil é muito forte, até no banco tem jogadores que são muito fortes, então, como estávamos perdendo, não acreditava que íamos dar uma reviravolta", disse em português ao microfone de Marco Martins, da RFI

"Mas não acho que seja só sorte, temos um bom goleiro, bons marcadores. A Croácia já foi muitas vezes aos pênaltis e nunca perdeu", lembra o jogador. 

Sobre o jogo contra a Argentina, ele já está mais confiante: "Acho que a Croácia deve genhar, porque ganhamos do Brasil, que era o favorito do Mundial. Já vi alguns jogos da Argentina e não acho que esteja na sua melhor fase. Eles têm o Messi, que é o melhor jofgador do mundo, mas temos que saber defender e atacar também. Acho que a Croácia deve ter muita posse de bola e, com isso criar oportunidades", opina Kalaica. 

"Pode acontecer de enfrentarmos novamente a França, mas este anos vamos acabar com essa 'maldição' e lutar pela Copa", diz o jogador de 24 anos, que espera ter uma chance na seleção croata de 2026. 

(Com colaboração de Ndiasse Sambe, da RFI)

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