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Jogo França x Marrocos envolve relações diplomáticas entre países com laços históricos, diz jornal

Os principais jornais franceses destacam nesta segunda-feira (12) o encontro França x Marrocos na próxima quarta-feira (14), nas semifinais da Copa do Mundo do Catar. Mais que um jogo, a partida também envolve relações diplomáticas entre países historicamente ligados.  

Os jogadores marroquinos carregam seu treinador Walid Regragui após vencerem as quartas de final da Copa do Mundo do Qatar 2022 entre Marrocos e Portugal no Estádio Al-Thumama, em Doha, em 10 de dezembro de 2022.
Os jogadores marroquinos carregam seu treinador Walid Regragui após vencerem as quartas de final da Copa do Mundo do Qatar 2022 entre Marrocos e Portugal no Estádio Al-Thumama, em Doha, em 10 de dezembro de 2022. AFP - ODD ANDERSEN
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O jogo entre os dois países acontece em um momento crucial, afirma Le Parisien. Apesar de ligados por um passado comum, há alguns anos Paris e Rabat não se entendem mais. "O duelo de quarta-feira não será somente no plano esportivo", provoca o diário. "Uma história de Copa do Mundo no estilo que a gente gosta", continua o jornal, "quando o pequeno polegar, empurrado por todo um continente, enfrenta o gigante da competição".

Segundo Le Parisien, a história entre os dois países é menos dolorosa que a da Argélia. A independência do reino, sob protetorado francês de 1912 a 1956, se deu sem uma guerra sanguinária. "E foi sob essa separação suave que forjaram laços de cooperação e amizade sólidos", afirma. 

Mas nos últimos anos, a comunicação é mais difícil entre os dois países: o Marrocos vê com maus olhos a reaproximação da França e da Argélia. Além disso, Rabat não aceitou a diminuição drástica, por Paris, dos vistos concedidos a seus cidadãos.

Técnico diferente

Libération destaca o perfil atípico do técnico da seleção marroquina, Walid Regragui, o primeiro a levar um time africano às semifinais de uma Copa do Mundo.

Regragui, que segundo o jornal “nunca faz nada como todo mundo”, sempre preferiu o futebol de rua e jogar no bairro popular onde cresceu, na periferia de Paris, aos clubes. Ele jogou na França e na Liga espanhola antes de fazer parte da seleção marroquina.

"Para começar, sem falar de política, vamos jogar futebol e defender o Marrocos e os marroquinos. Depois, claro, também somos africanos e esperamos mostrar que nosso futebol está em outro nível. Sempre fomos desacreditados, mas nessa copa do mundo, as equipes africanas enfrentaram com brilho as dos outros continentes", afirmou Regragui em coletiva, no Catar.

O Figaro diz que depois das façanhas de seleções africanas como Camarões, em 1990, Senegal em 2002 e Gana em 2010, que chegaram até as quartas de final, o Marrocos faz história ao romper o teto de vidro e chegar às semifinais.

O jornal lembra que os dois próximos jogos da seleção marroquina, o da semifinal e talvez o da final, se vencer a França, ou o jogo pelo terceiro lugar, serão duas oportunidades de fazer o país sonhar.

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