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Capitão contra Camarões, Daniel Alves diz que tem uma “missão” com a seleção brasileira

Jogador com mais títulos na história do futebol, Daniel Alves vai acrescentar mais um capítulo na sua brilhante carreira com a seleção brasileira. Ao entrar em campo nesta sexta-feira (2) contra Camarões com a braçadeira, o lateral direito se tornará, aos 39 anos, o jogador mais velho como capitão do Brasil em uma Copa do Mundo.

O técnico brasileiro Tite e o zagueiro brasileiro Daniel Alves dão uma entrevista coletiva no Centro Nacional de Convenções do Qatar (QNCC) em Doha, em 1º de dezembro de 2022, na véspera da partida da Copa do Mundo entre Camarões e Brasil.
O técnico brasileiro Tite e o zagueiro brasileiro Daniel Alves dão uma entrevista coletiva no Centro Nacional de Convenções do Qatar (QNCC) em Doha, em 1º de dezembro de 2022, na véspera da partida da Copa do Mundo entre Camarões e Brasil. AFP - NELSON ALMEIDA
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Elcio Ramalho, enviado especial da RFI a Doha

“Para mim é um motivo de orgulho poder estar aqui. Já são muitos anos de história aqui dentro da seleção e poder encerrar esse ciclo  jogando uma Copa do Mundo para mim, é uma satisfação muito grande”, frisou, em referência ao novo feito histórico.

O lateral direito foi o jogador mais contestado da lista de convocados de Tite para a Copa no Catar, e não se esquivou das várias perguntas sobre a enxurrada de críticas recebidas. “Historicamente na seleção brasileira sempre tem alguém que paga a conta. Tocou em mim porque os jogadores estão nos melhores clubes da Europa. Eu sou o único que não estou”, reagiu o jogador que atua pelo clube mexicano Pumas.

As críticas o incomodaram, mas não o deixaram totalmente surpreso, admitiu. “Não é uma coisa que me queime, é uma coisa que me incomoda, porque não sou masoquista. Tampouco não quero que as pessoas estejam por aí falando mal de mim sem ao menos me conhecer e saber da minha dedicação a essa profissão”, desabafou.

Daniel Alves lembrou os dezesseis anos de dedicação à seleção brasileira e mesmo não estando no melhor momento no seu clube, se sentiu “presenteado” pelo seu histórico com a camisa canarinha.

“São 16 anos na seleção brasileira, colocando todo o meu melhor em prol e a serviço da seleção brasileira. E a vida sempre premia, eu acho. Aquelas pessoas que amam o que fazem, aquelas pessoas que realmente se entregam de corpo e alma na sua missão. E a minha missão na seleção brasileira sempre foi essa. Acho que eu estou colhendo o que plantei durante todos esses 16 anos”, justificou.

Pandeirista

Dani Alves revelou ter recebido meses atrás uma visita de membros da comissão técnica para avaliar sua condição e lhe deram uma “missão” para poder entrar na lista de convocados. E ele diz ter se esforçado para estar em condições de integrar o grupo. 

“A vida me ensinou que quando você coloca na sua mente naquilo que você quer, quando você coloca trabalho, quando você coloca dedicação, quando você coloca a proceder naquilo que você quer, ela te leva a lugares inimagináveis”, acrescentou o lateral.

Em vários momentos, Daniel Alves fez questão de reforçar a sua dedicação à seleção brasileira: “Estou a serviço da seleção brasileira. Essa é a minha missão aqui dentro. E se tiver que tocar pandeiro, vou ser o melhor pandeirista que você já viu na sua vida. Porque é assim que eu encaro a vida. Eu acho que é você entregar o seu melhor naquilo que você faz”, afirmou

Daniel Alves também deu sua versão sobre a entrada de Éder Militão e não dele na lateral direita no jogo contra a Suíça em substituição a Danilo, lesionado. “Ele é de melhor defesa. Eu sou um bom ataque, então acho que esse é o plano. Esse é o plano que nós temos traçado aqui de saber como é que joga o teu time, saber como é que vai demandar do teu serviço”, afirmou na entrevista concedida ao lado do treinador Tite.

Longevidade e técnica

Na sequência, o treinador elogiou as “qualidades técnicas impressionantes”, a dedicação nos treinos e a contribuição de Daniel Alves para o grupo.

“É por isso que ele tem essa longevidade em alto nível. A exigência dele não é física, até porque ele nunca foi um jogador físico. A exigência dele não é velocidade, até porque ele nunca foi um jogador de velocidade. É um jogador técnico na sua essência”, explicou Tite.

Classificada por antecipação para as oitavas de final, a seleção brasileira vai entrar com um time bastante alterado e com a presença de muitos reservas em campo, para poupar titulares. “É um risco, mas é a oportunidade dos atletas de terem, sim, a sua devida importância para mostrar todo o seu talento e sua qualidade”, afirmou.

A comissão técnica anunciou a equipe que irá começar o jogo, mas revelou ter apenas três duvidas: Bruno Guimarães ou Fred, no meio campo, Rodrygo ou Everton Ribeiro como homens de armação e Pedro ou Gabriel Jesus na ponta do ataque.

Na entrevista, Tite elogiou a qualidade técnica dos Camarões, que mantém uma ligeira esperança de vencer o Brasil e lutar pela classificação. O time africano tem um ponto e precisa ganhar do Brasil e torcer por uma vitória da Sérvia contra a Suíça para ter chances de conquistar a segunda vaga do grupo G.

“Para nós é como estar em uma final. Vamos lutar pelo nosso país até o fim. Não temos nada a perder”, prometeu Rigobert Song, treinador da equipe.

“Vamos jogar contra uma equipe muito forte, mas temos nossas armas”, disse o meio-campista André-Frank Anguissa.

Brasil e Camarões se enfrentam pela terceira e última rodada da fase de grupos da Copa no estádio Lusail, em Doha.

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