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Neymar enfrenta julgamento por irregularidades em contrato com Barça

A cerca de um mês da Copa do Mundo do Catar, o atacante Neymar participa, a partir desta segunda-feira (17), em Barcelona, do julgamento sobre o processo que analisa supostas irregularidades da sua contratação pelo clube catalão, há quase uma década.

Neymar chega ao tribunal de Barcelona para depor no julgamento do processo que averigua irregularidades no contrato assinado entre o Santos e o Barça.
Neymar chega ao tribunal de Barcelona para depor no julgamento do processo que averigua irregularidades no contrato assinado entre o Santos e o Barça. REUTERS - NACHO DOCE
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O jogador do Paris Saint-Germain chegou ao tribunal ao lado dos pais, que também são acusados de fraude no caso. O caso teve início em 2013, quando ele foi transferido do Santos para o Barcelona.

Nesta segunda-feira, será julgada a ação impetrada há sete anos pelo grupo DIS, fundo que possuía parte dos direitos do atleta quando ele ainda era atacante do clube paulista. De acordo com o cronograma inicial, o depoimento de Neymar está previsto para sexta-feira (21) de outubro ou sexta-feira (28). O documento não indica se ele prestará depoimento de maneira presencial.

Neymar, que a partir de 20 de novembro vai liderar a seleção do Brasil no Mundial do Catar, é acusado de crime de corrupção empresarial pelo Ministério Público, que pede dois anos de prisão e o pagamento de uma multa de € 10 milhões. Seus pais, os ex-presidentes do FC Barcelona Josep Maria Bartomeu e Sandro Rosell - para quem o MP solicita cinco anos de prisão por corrupção e fraude - e o ex-presidente do Santos, Odílio Rodrigues Filho, também são acusados no processo.

Os outros acusados são três pessoas jurídicas: FC Barcelona, Santos FC e a empresa fundada pelos pais de Neymar para administrar sua carreira. Todos foram convocados para a primeira das sete audiências do julgamento, que deve continuar até 31 de outubro. O FC Barcelona anunciou inicialmente que a contratação de Neymar custou € 57,1 milhões (€ 40 milhões para a família e € 17,1 para o Santos), mas, segundo a Justiça espanhola, a operação está avaliada em € 83 milhões.

O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, em uma coletiva no Camp Nou, em 2020.
O presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, em uma coletiva no Camp Nou, em 2020. AFP/Archives

Restituição

Para o DIS - fundo de investimento esportivo que pertencia ao grupo brasileiro de supermercados Sonda -, o Barça, Neymar e mais tarde o Santos, se aliaram para ocultar o valor real da operação por meio de outros contratos. A empresa, que adquiriu 40% dos direitos econômicos do jogador em 2009, recebeu € 6,8 milhões dos € 17,1 pagos oficialmente ao clube brasileiro.

"Neymar Júnior, com a conivência de seus pais e do FC Barcelona, e seus dirigentes no momento, e do Santos FC (...) fraudou os legítimos interesses econômicos do DIS", afirmou Paulo Nasser, advogado do empresa, que denuncia que os direitos do jogador "não foram vendidos para a maior proposta".

O DIS pede a restituição dos € 35 milhões que calcula ter perdido por considerar-se duplamente prejudicado: o fundo diz não ter recebido sua parte da transferência real. Além disso, o contrato de exclusividade assinado por Neymar e o Barça impediu outros clubes de disputar a contratação do atacante. O grupo pede ainda cinco anos de prisão para o jogador, Rosell e Bartomeu, além de multas milionárias.

Bônus de contratação

Os advogados de Neymar argumentam, no entanto, que o cliente não cometeu nenhum crime, já que os € 40 milhões corresponderam a um "bônus de contratação legal e habitual no mercado do futebol", e questionam se a Espanha tem a competência legal para o caso. O presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, deve testemunhar nesta terça-feira (18) por videoconferência para explicar, a pedido do DIS, como o pré-acordo assinado em segredo entre o Barça e o jogador em 2011 influenciou o mercado.

(Com informações da AFP)

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