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Imprensa francesa traz revelações sobre escândalos no PSG, eventual saída de Mbappé e Copa do Qatar

O Paris Saint-Germain (PSG) atravessa uma das piores crises de sua história, com uma sucessão de escândalos que envolvem a direção do clube, jogadores e a equipe feminina. O último caso, revelado por um site de notícias francês, poderia causar a saída precipitada do atacante Kylian Mbappé. A controversa atribuição da Copa do Mundo ao Qatar também está nas manchetes esportivas nesta sexta-feira (14).

Nasser Al Khelaifi (e), diretor do PSG, com o atacante Kylian Mbappé em foto com a camisa do clube ao final da coletiva no Parque dos Príncipes, em Paris, em 23 de maio de 2022.
Nasser Al Khelaifi (e), diretor do PSG, com o atacante Kylian Mbappé em foto com a camisa do clube ao final da coletiva no Parque dos Príncipes, em Paris, em 23 de maio de 2022. AFP - FRANCK FIFE
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Foi-se o tempo em que os problemas do clube parisiense eram o mau desempenho da equipe, os técnicos demitidos no meio da temporada ou as entrevistas de jogadores aborrecidos com o pouco tempo passado em campo, diz o jornal Le Parisien nesta sexta-feira.

Com a passagem do clube para as mãos do Qatar, o PSG passou a integrar uma nova dimensão esportiva e a figurar entre as marcas mais populares do planeta, mas também começou a ter outro nível de problemas. "Em poucas semanas, o PSG se encontra no meio de um terremoto com muitas réplicas", diz o jornal. Não se fala mais de futebol, “mas de casos jurídicos inéditos em 52 anos do clube”.

O PSG enfrenta atualmente ao menos quatro escândalos notáveis. A agressão da jogadora Kheira Hamraoui, que tem como principal suspeita sua colega de time, Aminata Diallo. Uma investigação do jornal Libération revelou o possível envolvimento do presidente do clube, Nasser Al Khelaifi, em um caso complexo de chantagem, que resultou na prisão de um cidadão franco-argelino que detinha informações confidenciais sobre o dirigente. O time ainda é abalado por uma luta de poder interna entre o novo diretor esportivo, Luís Campos, e um negociador indicado pelo Qatar, Antero Henrique.

Saída de Mbappé

O último caso que causa indignação entre torcedores foi a revelação, na quarta-feira (12), feita pelo site de notícias francês Mediapart, que o presidente Al-Khelaifi determinou a criação de perfis falsos em redes sociais para atacar algumas das principais estrelas do time, entre elas o atacante Kylian Mbappé.

Apesar de o clube negar a contratação de uma agência de comunicação para esse trabalho, o site de informações France Info confirma a existência de uma prestação de serviços desse tipo entre 2018 e 2020.  

A denúncia acabou convencendo o atacante, que já demonstrava vontade de deixar o clube, a abandonar o PSG assim que possível, diz o diário esportivo L'Équipe.

Mbappé e seus advogados estudam todas as opções para o atacante deixar o time. Romper o contrato, que foi prolongado por dois anos após uma disputa milionária entre o clube parisiense e o Real Madrid, não é uma hipótese descartada. Mas, para isso, Mbappé teria que provar uma falta grave do empregador. Do contrário, teria que pagar uma multa milionária ao PSG.

Copa do Mundo e aviões Rafale

Além dos problemas no PSG, a polêmica atribuição da Copa do Mundo ao Qatar e a suspeita de compra de votos na Fifa continuam sob investigação na Justiça francesa, recorda uma reportagem do jornal Libération nesta sexta-feira (14). O Ministério Público francês abriu uma investigação preliminar por "corrupção privada", "associação criminosa" e "tráfico de influência" envolvendo o ex-presidente Nicolas Sarkozy.

Em 23 de novembro de 2010, três semanas antes da votação na Fifa para decidir que país sediaria a Copa de 2022, o então presidente Sarkozy convidou o príncipe herdeiro e futuro emir do Qatar, Tamim ben Hamad al-Thani, e o presidente da UEFA, Michel Platini, para um almoço, lembra o Libération.

O encontro foi revelado em 2013 pelo jornal France Football. Nesta semana, uma investigação conjunta dos grupos de audiovisual públicos France Télévisions e Radio France revelou novos elementos que indicam que Sarkozy poderia ter aproveitado o almoço para falar da votação na Fifa e, ao mesmo tempo, negociar a venda de caças Rafale para o Qatar. Os aviões militares são fabricados pelo grupo francês Dassault.

De acordo com documentos internos do Palácio do Eliseu, consultados pelo pool de jornalistas, a venda de aviões de combate estava na pauta de assuntos discutidos no almoço que reuniu o emir do Qatar e o então presidente da UEFA. A venda dos caças foi finalizada apenas cinco anos mais tarde, durante a presidência de François Hollande, mas a suspeita de uma eventual compra de votos com implicação da França persiste.

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