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Quando o esporte feminino se torna um negócio altamente lucrativo na Europa

As jogadoras de futebol da seleção francesa fracassaram na Eurocopa feminina de futebol, mas do ponto de vista econômico esta competição está se tornando cada vez mais bem-sucedida. Por que o esporte feminino é agora considerado um excelente negócio?

A Alemanha venceu por 3-0 a Finlândia, em Milton Keynes, num jogo a contar para o Grupo B do Euro Feminino.
A Alemanha venceu por 3-0 a Finlândia, em Milton Keynes, num jogo a contar para o Grupo B do Euro Feminino. © AFP - DAMIEN MEYER
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As receitas publicitárias e as audiências televisivas dispararam durante a final da Eurocopa 2022 Feminina da UEFA, que vendeu os direitos para 195 países e espera gerar € 60 milhões, quatro vezes mais do que a edição anterior.

Visa, Adidas, Nike e Heineken estão entre os patrocinadores mais ativos do futebol feminino na Europa. O Barclays Bank, por exemplo, se comprometeu a financiar o campeonato de futebol feminino britânico por três anos, injetando € 40 milhões, a mesma quantia que investiu no campeonato masculino há 20 anos.

Os investidores estão levando o futebol feminino muito a sério. Mesmo assim, a diferença no valor investido mostra que ainda há um longo caminho a ser percorrido em comparação com os campeonatos masculinos.

Mas os patrocinadores já estão começando a se posicionar em um setor promissor e cheio de potencial, ainda que subaproveitado. Promissor porque os fãs do esporte feminino são considerados mais fiel que aqueles do esporte masculino e, portanto, dispostos a gastar muito mais dinheiro em mercadorias.

Uma "máquina de fazer dinheiro" na TV

As quartas de final da Eurocopa entre francesas e holandesas atraiu mais de 5 milhões de telespectadores apenas na França. No handebol, a final da Copa do Mundo, que as francesas perderam em dezembro passado, gerou o mesmo público que a final masculina dos Jogos Olímpicos, que os homens venceram.

Recordes de audiência estão sendo batidos em todos os esportes femininos, como o Campeonato Mundial de Críquete de dezembro passado na Nova Zelândia.

O canal de TV BeIn Sports do Qatar decidiu se concentrar mais nas campeãs femininas, transmitindo os três grandes eventos femininos do verão no Oriente Médio e na África, a saber, a Copa da África de futebol, o Campeonato Europeu também de futebol, e a Volta da França de ciclismo.

De acordo com uma pesquisa realizada no Reino Unido, a população com menos de 55 anos se mostra a parcela mais entusiasta com o esporte feminino. Além disso, as mulheres atraem uma nova audiência que é altamente valorizada pelas emissoras e pelos patrocinadores.

E isso se reflete na remuneração das atletas?

Na maioria dos esportes, ainda estamos muito longe da fortuna que os homens recebem. Uma das poucas exceções é o tênis: há dez anos as jogadoras de tênis recebem bônus semelhantes aos dos homens nos principais torneios.

No ano passado, Roger Federer recebeu os maiores ganhos, seguido pela japonesa Naomi Osaka e depois Serena Williams, à frente da Novak Djokovic e Rafael Nadal.

No entanto, em disciplinas menos populares, permanecem fortes disparidades. A vencedora da Volta da França de ciclismo receberá um cheque de € 50.000, dez vezes menos que o vencedor do Tour de France de 2022, o dinamarquês Jonas Vingegaard.

No futebol, a luta das mulheres norte-americanas por uma maior paridade salarial, liderada por sua estrela mundial Megan Rapinoe, finalmente deu frutos. Após seis anos de burocracia, um acordo histórico foi assinado no início de 2022. Uma dúzia de países, incluindo Inglaterra, Brasil e Austrália, têm acordos semelhantes.

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