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Imprensa francesa: Jogos de Pequim ocorrem sob “clima totalitário” orquestrado por Xi Jinping

Os principais jornais franceses desta sexta-feira (4) tratam da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. O evento é marcado pela pandemia de Covid-19 e pelo boicote diplomático de alguns países ocidentais, em protesto à situação dos direitos humanos na China, principalmente em relação à minoria uiguir.

Clima de tensão entre a China e os países ocidentais marcam a abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, nesta sexta-feira (4)
Clima de tensão entre a China e os países ocidentais marcam a abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, nesta sexta-feira (4) AFP - JADE GAO
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"Os Jogos de Pequim em clima totalitário" é a manchete no jornal Libération. O diário destaca que, a exemplo da Olimpíada de Tóquio, as competições na capital chinesa respeitarão uma "bolha sanitária", para evitar a propagação da variante ômicron, que as autoridades locais dizem que chegou ao país por de uma encomenda vinda do Canadá. "Após ter controlado a epidemia em seu território, o regime não para de incriminar elementos exteriores, como produtos congelados, julgados responsáveis de ondas epidemiológicas recentes, apesar do ceticismo da comunidade científica", aponta. 

Para o jornal Le Figaro, o principal atleta destes Jogos é o presidente chinês, Xi Jinping. O líder "quer usar o evento para propagar a imagem de um novo país", afirma. Nada deve atrapalhar a encenação orquestrada pela segunda economia mundial neste início do Ano do Tigre, decisivo para o futuro político do dirigente mais autoritário depois de Mao Tse Tung, reitera Le Figaro

Para Shi Yinhong, professor da Peking University, "os Jogos Olímpicos são uma grande oportunidade para demonstrar ao mundo que o sistema de governo chinês é eficaz, particularmente em relação à Covid". Não é à toa que Xi Jinping, apaixonado por esportes, aposta alto no evento, em um momento em que a variante ômicron ameaça o país e a estratégia chinesa do "zero Covid", a alguns meses do congresso no qual o presidente chinês vai brigar por um terceiro mandato. 

Boicote diplomático

"Jogos Olímpicos de Pequim têm início em clima de tensão" é a manchete do jornal Les Echos. Além da ameaça do coronavírus, o diário aborda os conflitos diplomáticos que envolvem o país devido às violações dos direitos humanos na China, mas também em relação aos desacordos econômicos e políticos entre Pequim e os países ocidentais. 

Les Echos lembra que foram os americanos que iniciaram esse movimento de protesto para chamar atenção à situação da minoria uigur no país. Estados Unidos, Reino Unido e Austrália não enviaram nenhum representante de seus governos para a abertura dos Jogos. Além de Vladimir Putin, nenhum outro líder de uma grande potência participa do evento, nesta sexta-feira (4). 

No entanto, a China considera que não precisa mais provar seu status na cena mundial, "uma estratégia que lhe vale inimigos". "As autoridades chinesas querem usar os Jogos Olímpicos para exaltar a imagem do país no exterior. Mas essa tarefa é imensa e o excesso de confiança de Pequim pode isolar o país ainda por muito tempo", conclui o jornal Les Echos

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