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Djokovic obtém vitória na justiça, mas ainda corre risco de ser expulso da Austrália

Um juiz australiano determinou nesta segunda-feira (10) a libertação imediata do tenista sérvio Novak Djokovic do centro de retenção para refugiados em Melbourne, no qual era mantido desde quarta-feira (5). No entanto, o esportista ainda corre o risco de ser expulso da Austrália.

Os advogados do tenista sérvio Novak Djokovic afirmam que ele obteve a isenção da imunização obrigatória para entrar na Austrália com base no teste positivo à Covid-19 em 16 de dezembro na Sérvia, após uma primeira contaminação em junho de 2020.
Os advogados do tenista sérvio Novak Djokovic afirmam que ele obteve a isenção da imunização obrigatória para entrar na Austrália com base no teste positivo à Covid-19 em 16 de dezembro na Sérvia, após uma primeira contaminação em junho de 2020. PAUL CROCK AFP/File
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Essa foi a primeira vitória do número 1 do tênis mundial na justiça australiana, desde que chegou a Melbourne para disputar o Aberto da Austrália, primeiro Grande Slam da temporada, que começa em 17 de janeiro. Djokovic, de 34 anos, não está vacinado contra a Covid-19 e sua entrada em território australiano sem a imunização infringe as regras do governo do país. 

O juiz Anthony Kelly declarou que a decisão de Canberra de cancelar o visto do esportista não é "razoável". Por isso, o magistrado ordenou a libertação de Djokovic "em um prazo de 30 minutos", bem como a restituição de seu passaporte.

Ao reagir à ordem de libertação do tenista, o advogado do governo australiano, Christopher Tran, afirmou que o ministro da Imigração, Alex Hawke, ainda pode exigir a expulsão de Djokovic. Se optar por essa decisão, o sérvio poderá ficar impedido de entrar na Austrália durante três anos. 

A batalha judicial de Djokovic teve início há cinco dias, com o cancelamento do visto do esportista de 34 anos, quando desembarcou na Austrália para disputar o primeiro Grand Slam deste ano. O tenista foi levado para um antigo hotel em Melbourne que acolhe migrantes em situação irregular. 

Os advogados de Djokovic afirmam que ele obteve a isenção da imunização obrigatória para entrar na Austrália com base no teste positivo à doença em 16 de dezembro na Sérvia, após uma primeira contaminação em junho de 2020. Mas, de acordo com os formulários de dispensa de vacinação da Autoridade Federal Australiana, uma infecção anterior por Covid-19 não é um motivo válido para não ser vacinado. 

Após a defesa de seus advogados, nas redes sociais, vieram à tona fotos de Djokovic – hostil à vacinação – em vários eventos públicos nos dias seguintes à sua suposta contaminação, sem usar máscara.

Fãs comemoram decisão

Diante do Tribunal Federal de Melbourne, dezenas de fãs do tenista se reuniram nesta segunda-feira para comemorar a decisão. Aglomerados, eles gritaram frases em apoio a Djokovic e dançaram ao som de tambores. 

Em Belgrado, várias manifestações em apoio ao atleta também foram organizadas no fim de semana. Presente em uma delas, a mãe de Djokovic, Diana, criticou as condições "desumanas" de detenção de seu filho. "Ele só tem direito a um café da manhã e uma janta e não tem acesso a uma janela normal. Ele passa o tempo inteiro olhando para uma parede", declarou à TV sérvia. 

A primeira-ministra sérvia, Ana Brnabic, declarou no fim de semana que seu governo apoia Djokovic e que ela teve "conversas construtivas" com a ministra australiana das Relações Exteriores, Marise Payne. "Ele está recebendo alimentação sem glúten, tem acesso a equipamentos esportivos e a um notebook", declarou.

No entanto, até o momento, não há nenhuma garantia de que o esportista poderá participar do Aberto da Austrália. Djokovic, agora apelidado de "Novax", pretendia conquistar seu 21° título em um Grand Slam e ultrapassar os tenistas Roger Federer e Rafael Nadal. 

(Com informações da AFP)

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