Baianos Isaquias Queiroz (canoagem) e Hebert Conceição (boxe) conquistam ouro em Tóquio
Dois baianos fizeram história neste sábado (7) nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Isaquias Queiroz conquistou a medalha de ouro na canoagem C1 1000m e o boxeador Hebert Conceição Sousa ganhou o ouro na categoria peso-médio (até 75kg) ao derrotar com nocaute espetacular no terceiro assalto o ucraniano Oleksandr Khyzhniak.
Publicado em:
Esta foi a quarta medalha olímpica na carreira de Isaquias Queiroz, que completou a prova em 4min04s408, seguido pelo chinês Hao Liu (4:05.724), que ficou com a prata, e o moldávio Serghei Tarnovschi (4:06.069), que foi bronze.
"Tô meio que aéreo ainda... É diferente ganhar uma medalha de ouro. Estou feliz, mas estou mais feliz por estar deixando vocês no Brasil mais felizes", declarou após a prova ao canal SporTV o atleta de 27 anos.
No Sea Forest Waterway, local das provas da canoagem, chuvia bastante até a largada da final, na qual o brasileiro teve uma participação espetacular para dar ao Brasil a décima sétima medalha nas Olimpíadas no Japão (5 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze).
O brasileiro largou em terceiro lugar nos primeiros 250 metros, quando o alemão Conrad Scheibner liderava.
Queiroz ultrapassou o europeu na etapa seguinte e a partir da segunda metade passou por Hao Liu para assumir a liderança, que não largou até a linha de chegada.
Em sua outra participação nestes Jogos, o atleta havia terminado em quarto lugar na final da C2 1000m, ao lado de Jack Goodman.
Com este ouro e as duas pratas (C1 1000m e C2 1000m) e o bronze (C1 200m) conquistados na Rio 2016, Isaquias Queiroz se iguala em conquistas olímpicas a Serginho, que tem dois ouros e duas pratas com a seleção de vôlei, e Gustavo Borges, com duas pratas e dois bronzes, sendo três medalhas em provas individuais e uma em revezamento. Apenas os velejadores Torben Grael e Robert Scheidt possuem mais medalhas que os três, com cinco cada.
Grande nome da canoagem mundial, o alemão Sebastian Brendel, bicampeão olímpico na C1 1000m (Londres 2012 e Rio 2016), não conseguiu vaga para a luta pelo ouro e terminou na 10ª posição na classificação geral.
Planos para Paris 2024
E o baiano de Ubaitaba já faz planos para os próximos Jogos Olímpicos em 2024. "Não vou a Paris para passear e sim para conquistar duas medalhas e representar meu país", disse.
Isaquias também dedicou a medalha às vítimas da pandemia de Covid-19 no Brasil e homenageou o falecido técnico Jesús Morlán, espanhol que revolucionou a canoagem brasileira antes dos Jogos de Rio-2016 e que morreu vítima de um câncer no cérebro em novembro de 2018.
Segundo brasileiro a conquistar ouro no boxe
Com esta vitória, o baiano Hebert Conceição Sousa, de 23 anos, repete a conquista de Robson Conceição na Rio 2016 e se torna o segundo brasileiro a ser campeão olímpico no boxe.
Esta também é segunda medalha da modalidade nas Olimpíadas na capital japonesa, depois do bronze conquistado pelo paulista Abner Teixeira na categoria peso pesado (até 91kg).
O Brasil ainda pode ganhar mais um ouro no boxe, com Beatriz Ferreira na divisão peso leve (57-60kg), na luta com a irlandesa Kellie Anne Harrington, na madrugada de domingo. É a primeira vez na história que equipe brasileira coloca dois pugilistas em finais na mesma edição de um evento olímpico.
Na luta pelo pódio na categoria peso-médio, Hebert viu o adversário iniciar o combate com mais volume de golpes e agressivo, por vezes encurralando o brasileiro nas cordas. Ao fim dos três minutos de combate, os juízes deram vitória para o ucraniano (5 a 0).
Na etapa seguinte, Khyzhniak manteve a intensidade, e o baiano encaixou apenas dois golpes dignos de nota, o que não mudou a opinião dos árbitros em relação ao desenvolvimento do combate até ali, garantindo uma nova vitória para o pugilista europeu (5 a 0).
Para alcançar o ouro, Hebert Conceição precisava de um golpe perfeito. Faltando um minuto e meio para o fim, o brasileiro acertou um direto de esquerda que levou o adversário, campeão mundial de 2017, a nocaute. Khyzhniak ainda tentou voltar para a luta, mas o árbitro decretou nocaute para o baiano e o sexto ouro do Brasil nas Olimpíadas no Japão (que chega a um total de 18 medalhas, com mais quatro de prata e oito de bronze).
(Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro