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Personalidades do esporte se desconectam das redes sociais para denunciar racismo

Tela preta nas redes sociais: vários atletas e clubes, principalmente ingleses, lançaram nesta sexta-feira (30) um movimento de boicote previsto para durar todo o fim de semana para protestar contra os abusos e agressões online, especialmente o racismo. O Príncipe William, segundo na linha de sucessão à Rainha Elizabeth II e presidente [honorário] da Federação Inglesa de Futebol (FA), anunciou que vai se juntar a "toda a comunidade do futebol" e ficar fora das redes sociais neste fim de semana.

#NoRoomForRacism é uma das hashtags usadas pelo movimento.
#NoRoomForRacism é uma das hashtags usadas pelo movimento. © Reprodução Twitter @ActuFoot_
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O clube de futebol Manchester United, o heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton, mas também a Federação Internacional de Tênis e até a UEFA: após ameaças por várias semanas, o movimento esportivo entrou em ação nesta sexta-feira (30).

Os insultos contra atletas nas redes sociais multiplicaram-se por 4,5 desde setembro de 2019, denunciou o Manchester United nesta sexta-feira: 86% das publicações direcionadas incluíam insultos racistas e 8% eram homofóbicos ou transfóbicos. Os atacantes Anthony Martial e Marcus Rashford foram particularmente os alvos.

Os "Red Devils" decidiram não alimentar suas contas no Facebook, Twitter e Instagram neste fim de semana em protesto. O clube estará longe de ser o único a se desconectar. “A partir das 15h de hoje (11h no Brasil), deixaremos de alimentar nossas redes sociais e ficaremos em silêncio até terça-feira, 4 de maio”, decidiu a a Primeira Divisão inglesa nesta sexta-feira.

“Assumimos esta posição, junto à comunidade do futebol, no combate ao abuso online e à discriminação nas redes sociais”, afirmou a organização.

"Os insultos online devem parar. As redes sociais têm que se manifestar. #NoRoomForRacism #StopOnlineAbuse", escreveu a Primeira Divisão no Twitter, no início do movimento.

O Manchester United, cujos jogadores têm sido particularmente visados por este tipo de agressões online, baniu recentemente seis torcedores, incluindo três asócios anuais do clube, acusados ​​de insultar o atacante sul-coreano do Tottenham, Son Heung-min, nas redes sociais.

Movimento global

Outras organizações britânicas, como as Federações de Rúgbi ou Ciclismo, bem como as Federações de Críquete Inglesa e Galesa, aderiram ao movimento.

Na França, a Federação Francesa de Rugby (FFR) anunciou aderir ao movimento nesta sexta-feira "respondendo ao apelo ao boicote das redes sociais com o objetivo de sensibilizar e denunciar o flagelo do racismo, assédio e discriminação na internet", assim como o FC Nantes, clube de futebol da primeira divisão.

Vários pilotos de Fórmula 1 também se engajaram, incluindo o heptacampeão mundial Lewis Hamilton, muito comprometido com a luta antirracista.

“Como um sinal de solidariedade com o mundo do futebol, minhas redes sociais continuarão com a cor preta neste fim de semana. A discriminação, seja online ou não, não tem lugar em nossa sociedade, mas por muito tempo tem sido fácil para alguns postar ódio mensagens atrás de suas telas”, escreveu o piloto em suas redes sociais.

Seus compatriotas nas corridas, Lando Norris e George Russell, anunciaram a mesma decisão pela manhã. Eles foram seguidos pelo pilotos finlandês Valtteri Bottas, o holandês Max Verstappen, o monegasco Charles Leclerc e o francês Esteban Ocon.

Pressão no Facebook e Twitter

A F1 disse na quinta-feira apoiar o movimento, sem participar, mas outros organismos internacionais se engajaram na ação. Foi o caso nesta sexta-feira da Federação Internacional de Tênis (ITF) que apontou a responsabilidade das plataformas online.

"É hora de as empresas líderes de mídia social tomarem uma posição e apoiarem os esforços do esporte para impedir os insultos, em todos os lugares nas redes sociais", disse a ITF em um comunicado, imitado na sequência pelos torneios de Grand Slam de Roland-Garros e Wimbledon.

 A UEFA fez o mesmo na quinta-feira, com o seu dirigente esloveno Aleksander Ceferin deplorando que uma "cultura de ódio" possa "crescer na impunidade".

Em 11 de fevereiro, em uma carta aberta ao líder do Twitter, Jack Dorsey, e ao líder do Facebook, Mark Zuckerberg, os dirigentes do futebol inglês pediram ação "por razões de simples decência humana". O Twitter respondeu que não tinha a intenção de censurar comentários de contas anônimas.

As chamadas para que os jogadores se retirem das redes sociais se multiplicaram nas últimas semanas. O ex-atacante do Arsenal e da seleção francesa, Thierry Henry, anunciou no final de março que se retiraria até que as plataformas fizessem mais para lutar contra o racismo e o assédio "tóxico".

(Com AFP)

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