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Árbitra francesa será primeira mulher a apitar partida da Liga dos Campeões

Stéphanie Frappart será a primeira mulher a entrar em campo para apitar uma partida da Liga dos Campeões masculina, na noite desta quarta-feira (2), entre a Juventus de Turim e o Dínamo de Kiev. A francesa é considerada como um símbolo feminino na arbitragem europeia, ainda dominada pelos homens.

A árbitra Stéphanie Frappart, durante uma partida da Liga 1 da primeira divisão do futebol francês, em 19 de outubro de 2019.
A árbitra Stéphanie Frappart, durante uma partida da Liga 1 da primeira divisão do futebol francês, em 19 de outubro de 2019. REMY GABALDA AFP/Archivos
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Essa não é a primeira vez que Frappart, de 36 anos, faz história. Em 2014, foi a primeira mulher a apitar na segunda divisão do futebol francês. Em agosto de 2019, foi a juíza principal do encontro entre o Liverpool e o Chelsea, pela Supercopa da Europa. Dois meses depois, arbitrou o jogo entre o Lyon e o Olympique de Marselha pela Liga 1 da França. 

Na cena europeia, foi a primeira mulher a dirigir um duelo internacional masculino oficial, entre Malta e Letônia, em 6 de setembro deste ano pela Liga das Nações. Também arbitrou os dois primeiros encontros da Liga Europa, Leicester x Zorya, em 22 de outubro, e Grenade x Omonia Nicosie, em 26 de novembro. 

Nesta noite, para a partida entre a Juventus de Turim e o Dínamo de Kiev, o 12° jogo da francesa na temporada 2020/2021, ela contará com uma equipe 100% masculina e francesa: Hicham Zakrani e Mehdi Rahmouni como assistentes, Karim Abed como quarto árbitro e Benoît Millot e Willy Delajod no vídeo. 

Privilégio e responsabilidade

Ex-jogadora do clube AS Herblay, na região parisiense, Frappart começou a arbitrar aos 13 anos, espelhando-se em duas outras pioneiras: a suíça Nicole Petignat, primeira mulher a apitar na Copa da Uefa, em 2003, e a alemã Bibiana Steinhaus, primeira mulher a apitar um encontro na primeira divisão de um campeonato profissional europeu, em 2017.

"É, ao mesmo tempo, um privilégio, uma honra e uma responsabilidade. Espero que minha carreira encoraje as meninas a se engajar na arbitragem", afirmou a francesa em 2019. "Faz parte da minha função motivar as vocações. É realmente um prazer mostrar que isso é possível. Ver mulheres arbitrando é um grande orgulho", reiterou.

Frappart foi também uma das defensoras contra a possibilidade de adaptação das normas da Federação Francesa de Futebol para a convocação de árbitras mulheres. "É preciso passar pelos mesmos testes físicos que os homens porque os jogadores não vão correr menos quando eu for arbitrar. Então, as exigências não devem ser menores", declarou, em julho.

No meio do esporte, colegas não poupam elogios à Frappart, célebre por sua discrição e exigência. "Ela é um símbolo: é ela quem abre todas as portas, não para de ser pioneira e de escrever a história", afirma a ex-jogadora Nadia Benmokhtar, comentarista de futebol da Franceinfo

"É a melhor juíza da Liga 2", afirmou o jogador Pierre Bouby, do Orléans, em 2018. "Ela tem uma voz baixa, muito carisma e personalidade. Usa palavras justas, explica, é diplomata e aberta ao diálogo. Não tenta chamar atenção campo: seu objetivo é realmente o jogo", destacou. 

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