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França/Futebol

Justiça francesa detém Platini em investigação sobre atribuição da Copa de 2022 ao Catar

O francês Michel Platini, ex-presidente da UEFA, foi detido para interrogatório na manhã desta terça-feira (18) na região parisiense. O ex-presidente da Federação Europeia de Futebol é suspeito de envolvimento no escândalo de corrupção sobre a a atribuição da Copa do Mundo do Catar, em 2022, em detrimento dos Estados Unidos.

Michel Platini, na sede da FIFA em Zurique, Suíça. 15/02/2016.
Michel Platini, na sede da FIFA em Zurique, Suíça. 15/02/2016. REUTERS/Arnd Wiegmann
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O ex-craque francês está sendo ouvido por agentes do escritório central de luta contra a corrupção e delitos financeiros e fiscais, em Nanterre, na periferia de Paris, revelou o site de notícias Mediapart. Além de Platini, o ex-secretário-geral do Palácio do Eliseu Claude Guéant e a ex-conselheira para o Esporte sob a presidência de Nicolas Sarkozy, Sophie Dion, também são interrogados no mesmo local. As custódias podem durar 48 horas.

A investigação preliminar por suspeitas de "corrupção privada", "associação de criminosos", " tráfico de influência e ocultação de tráfico de influência" foi aberta pela justiça francesa em 2016 e ocorre em colaboração com órgãos judiciais da Suíça e dos Estados Unidos.

Em outubro de 2015, o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter mencionou um "acordo diplomático" para que os Mundiais de 2018 e 2022 acontecessem na Rússia e Estados Unidos, mas este plano fracassou após "a interferência governamental de Sarkozy", de acordo com Blatter. O ex-presidente francês nega qualquer intervenção.

A Procuradoria Nacional de Finanças (PNF) francesa se interessa particularmente por um almoço ocorrido no Palácio do Eliseu em 23 de novembro de 2010, nove dias antes de a Fifa designar o Catar como país anfitrião. O então presidente Nicolas Sarkozy, o príncipe do Catar Tamim bin Hamad al-Thani, Michel Platini, que na época era presidente da UEFA e vice-presidente da Fifa, e assessores da presidência participaram desse encontro.

De acordo com a revista France Football, citada pelo site Mediapart, "durante essa
reunião foi discutida a questão da aquisição do PSG pelo Catar (que se tornou realidade em junho de 2011), um aumento da participação do emirado no grupo Lagardère, a criação de um canal de esportes (BeIN Sports) para competir com o Canal + [...] em troca da promessa de Platini não votar nos Estados Unidos, como previa, mas no Catar".

Platini reconheceu ter participado deste almoço e ter votado no Catar, mas disse ao jornal Le Monde que Sarkozy "nunca" pediu a ele que votasse no país do Golfo.

O ex-capitão da seleção francesa foi investigado em outro caso suspeito de corrupção. Ele foi acusado de receber 2 milhões de francos suíços da Fifa, em 2011, da parte de Blatter. Platini afirma que a justiça suíça já o inocentou nesse processo e ele aguarda, agora, o julgamento de uma ação penal que tramita na França.

Com informações da AFP

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