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Futebol

Thiago Silva elogia rodízio de capitão na seleção brasileira: “Inovador”

Convocado pela segunda vez pelo treinador Tite para os jogos do Brasil contra a Argentina e Peru pelas eliminatórias sul-americanas da Copa de 2018, o zagueiro do Paris Saint-Germain (PSG) e ex-capitão da seleção, Thiago Silva, está feliz com seu retorno e é só elogios para a estratégia de circular a braçadeira de capitão entre os jogadores titulares.

O zagueiro brasileiro, Thiago Silva, tem contrato com o PSG até junho de 2018.
O zagueiro brasileiro, Thiago Silva, tem contrato com o PSG até junho de 2018. REUTERS/Jacky Naegelen
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“É importante, é legal, porque faz todo mundo se sentir importante, principalmente depois de tanta polêmica com a faixa de capitão, dizendo que eu estava insatisfeito por ter perdido”, disse Thiago, lembrando o assunto que agitou a imprensa brasileira depois do zagueiro ter perdido a faixa de capitão para Neymar por decisão do então treinador Dunga.

Ao lembrar da polêmica, Thiago revela ainda desconforto pela “herança” do vexame da seleção na Copa de 2014, e estima que a experiência serviu para o treinador Tite tomar uma atitude inovadora. “É claro que depois de tudo o que aconteceu comigo depois da Copa do Mundo, quem pagou foi apenas o capitão do time naquela situação, que fui eu. Hoje em dia, as pessoas vão pensar antes de criticar porque não sabem quem é o capitão oficial. Mas são todos os jogadores e isso ele quer passar para todo mundo, ter responsabilidade igual. Ele está indo no caminho certo”, avaliou.

“Ele [Tite] é um cara experiente, sabia que tinha que fazer alguma coisa inovadora, vamos dizer assim, de ir buscando, dando confiança ao grupo. Acho que isso faz bem para todo mundo. Cada jogo um é capitão que se sente responsável, daqui a pouco vão ser outros. Em um time de futebol não tem só um capitão. Tem um só que usa a faixa, mas todos dentro de campo têm responsabilidade, como um capitão tem”, declarou.

Reserva não incomoda

Thiago viu de longe a estreia de Tite na seleção brasileira, mas após conversas com o “professor”, parece ter deixado claro que seu maior interesse era voltar ao grupo. Depois de ter sido descartado completamente por Dunga, viu novamente as portas se abrirem em setembro. E, pacientemente, espera uma nova oportunidade na equipe titular, sem mostrar desconforto com a condição de reserva. “Não me incomoda, muito pelo contrário. Estou bastante contente com meu retorno. Desde o primeiro momento, o professor sempre esteve em contato comigo, para saber como eu estava. Isso me faz sentir importante”, declarou.

“A gente sabe que futebol tudo é momento. O Marquinhos e o Miranda estão fazendo um grande trabalho, tenho que respeitar. Mas, é claro, se pintar uma oportunidade, a gente tem que estar preparado. Mas estou muito contente de ter voltado e fazer da seleção novamente. Só as pessoas que estavam próximas de mim nesse período longe que viram o quanto foi difícil para mim. Agora é pensar daqui para frente que tem coisas boas para acontecer”, disse.

Segundo Thiago Silva, o confronto com a Argentina não será verdadeiro “teste” para a seleção de Tite, como julgam muitos analistas esportivos. “O maior teste do Tite foi o primeiro jogo. Foi pouco tempo para se trabalhar, jogando contra o Equador na altitude, bolas paradas que eram muito rápidas para a defesa, ele trabalhou bem, soube neutralizar a equipe adversária. Ganhamos, teoricamente, convencendo, era importante para os brasileiros. A estreia com vitória foi um teste de fogo que ele conseguiu ultrapassar”, opiniou.

PSG em nova fase

As opiniões do zagueiro foram reveladas na saída do Parc des Princes, após o empate sem gols do PSG contra o Olympique de Marselha, em jogo válido pelo campeonato francês. Com 70% do domínio de bola, o Paris Saint-Germain encontrou um verdadeiro “paredão” na defesa. Disposto a não perder na estreia do treinador Rudi Garcia, o time marselhês não deu sequer um chute a gol durante toda a partida, o que não acontecia há 10 anos anos em uma partida do futebol francês.

“Por falta de sorte ou por outras questões não conseguimos fazer os gols. Tivemos oportunidades. Fazer 1 a 0 contra uma equipe fechada como essa, era praticamente 70% de vitória garantida. Eles teriam que se abrir. Como o jogo terminou em 0 a 0 o mérito é todo deles. Quando você não ganha jogando bem, vai explicar o quê?”, questionou.

O resultado deixa a equipe em terceiro lugar na tabela, atrás do Nice e do Mônaco, após dez rodadas da competição. Capitão de uma equipe acostumada nos últimos anos a liderar o futebol francês sem muita concorrência, Thiago Silva relativiza também a fase de adaptação ao novo estilo de jogo imposto pelo novo treinador, Unai Emery: “Leva um pouco de tempo, mas não deve servir de desculpa, dizendo que a gente não teve tempo para trabalhar. Tivemos alguns meses já. Acho que a equipe está encontrando uma maneira equilibrada de jogar. Nos últimos quatro ou cinco jogos, temos encontrado isso”, afirmou.

Intenção de ficar no PSG

Thiago Silva, que chegou à capital francesa em 2012, está em plena fase de negociação para renovar seu contrato, que vence em 2018, com o clube francês. No entanto, a demora nas negociações, que se arrastam desde o ano passado, tem dado origem a boatos de que clubes como o italiano Juventus de Turim estariam interessado em seu passe.

“Saiu em alguns jornais que tinham clubes interessados. Isso é normal em função de eu estar no final do contrato e ainda não ter tido uma conversa, já que a conversa que começou no ano passado parou em função de ter outros jogadores para contratar. A gente entende esse lado, mas falta pouco para acabar o contrato e temos que encontrar uma situação para ficar legal para todos”, diz o zagueiro de 32 anos.

Com a família adaptada à capital francesa e desfrutando do status de ídolo entre os torcedores e de liderança no vestiário, Thiago vê bons motivos para confirmar sua opção: “Minha intenção é ficar, como sempre falei e espero encontrar uma solução para a renovação do contrato”.

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