Técnicos destacam confiança de medalhistas Diego e Nory na ginástica
As conquistas de Diego Hypolito e Arthur Nory no solo masculino foram tão surpreendentes quanto especiais neste domingo (14) no ginásio do Parque Olímpico da Barra.
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Classificados para as finais, eles tiveram apoio da maioria do público que lotou as arquibancadas, e não decepcionaram fãs e os técnicos que acreditaram no potencial dos dois medalhistas. Eles se tornaram os primeiros atletas a levar o Brasil ao pódio na prova de solo.
Para Diego Hypólito, a medalha teve um significado de missão cumprida e redenção. Depois dos fracassos nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, e Londres, em 2012, quando caiu durante sua apresentação e ficou de fora do pódio, o bicampeão enfrentou um período difícil. Durante o ciclo olímpico, sua vaga na equipe quase escapou. Foi seu esforço e dedicação que fizeram o paulista encarar sua terceira Olimpíada.
“O Diego merecia essa medalha. Ele é um cara batalhador, fez a ginástica crescer no país, trouxe vários resultados. Ele é um ginasta muito determinado”, disse o técnico Marcos Goto, um dos responsáveis pela conquista, segundo o próprio atleta.
Após o rompimento de Diego com seu então treinador Fernando Lopes, afastado da seleção masculina de ginástica e de seu clube devido a uma acusação de abuso sexual de menor, Goto assumiu os treinamentos do atleta. O trabalho de Fernando com Diego, no entanto, foi ressaltado por Goto em entrevista à Rádio França Internacional.
“Tanto eu quanto o Fernando, a gente sempre acreditou nele (Diego). Sempre colocamos para ele que tinha possibilidades. Tínhamos o mesmo enfoque. O Diego tinha condições, precisava acreditar e treinar um pouco mais, só isso”, destacou.
Goto, também treinador de Arthur Zanetti, foi abraçado por Diego Hypolito quando o ginasta desabou em lágrimas com a conquista da medalha. “Fiz apenas meu papel. Eu apenas acreditei nele, que ele poderia ser um finalista e um medalhista. O Diego está provando que ele merecia e demonstrou agora ser o segundo melhor do mundo”, concluiu.
Nory mudou a série na final
Já o técnico de Arthur Nory, Cristiano Albino, explicou que a mudança da série para a final do exercício de solo foi uma estratégia que acabou dando certo. “Conforme saiu essa final (do solo), a gente sentou, discutiu após a final geral por equipes, que foi a última competição dele. Com os elementos novos, a gente consegui elevar em três décimos a nota de partida do Nory e aí está o resultado que vocês viram”, destacou.
A conquista do bronze pelo jovem atleta de 22 anos é motivo de orgulho e esperança no futuro da ginástica masculina. “Todo muito que está no meio da ginástica sabe o quanto a gente trabalha, o quanto a gente se dedica. Muita gente não vê o esforço que a gente faz, problemas pessoas, de saúde, de família. Quando você tem um resultado desse é gratificante demais”, ressaltou. “A ginástica tem demonstrado nos últimos anos que só tem evoluído, pelo menos nos dois últimos ciclos”, comentou.
“Eu acredito que a ginástica vá ter uma visibilidade maior. As finais só começaram e a gente já conseguiu duas medalhas”, concluiu Cristiano.
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