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Após assalto a nadadores, imprensa lembra outros crimes nos Jogos do Rio

O assalto à mão armada a quatro nadadores olímpicos norte-americanos na madrugada do domingo (14) no Rio de Janeiro repercutiu na imprensa do mundo inteiro.

O nadador Ryan Lochte foi assaltado no Rio
O nadador Ryan Lochte foi assaltado no Rio Reuters
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Os bandidos, que vestiam uniforme policial, pararam o táxi no qual estavam os atletas, que voltavam à Vila Olímpica após uma festa no Club France, casa temática da França, na região da Lagoa Rodrigo de Freitas. Os nadadores assaltados são Ryan Lochte (vencedor de seis medalhas de ouro), Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen.

O jornal "The New York Times" afirmou que os crimes de rua eram uma grande preocupação dos organizadores dos Jogos Olímpicos. "O Brasil destacou 85 mil soldados e policiais para fazer a segurança dos jogos, duas vezes mais que na Olimpíada de Londres, em 2012", publicou.

A publicação norte-americana lembra que, na semana passada, um policial da Força Nacional brasileira foi morto após entrar por engano em uma favela e que dois treinadores da equipe australiana de remo foram roubados em Ipanema. Além disso, o ministro português da Educação, Tiago Rodrigues Brandão, foi assaltado em uma rua movimentada.

Abordado por dois homens armados com uma faca, o ministro foi obrigado a entregar a carteira, dinheiro e o telefone celular. Brandão tinha acabado de assistir à chegada da prova de ciclismo de estrada, no Forte de Copacabana, e retornava ao hotel.

Balas perdidas e janelas quebradas

Mais casos são relatados pelo "The New York Times": duas balas perdidas na hípica e duas janelas quebradas em um ônibus cheio de jornalistas. "Um ataque que os organizadores disseram ter sido provocados por pedras, enquanto outros falaram de balas."

Por outro lado, o nadador norte-americano Nathan Adrian disse que ele não está preocupado com sua segurança. "O Rio é uma cidade maravilhosa. Há problemas em todos os lugares do mundo. Nós fomos informados sobre como reduzir os riscos. Agora que as competições da natação acabaram, queremos desfrutar da cidade."

O nadador Michael Phelps, maior medalhista olímpico de todos os tempos, também saiu em defesa do Rio. "Nunca tive problema em minhas numerosas viagens ao Brasil. Sempre me senti seguro aqui."

Atleta paralímpica teve bicicleta roubada

O jornal inglês "The Guardian" diz que, após mais de uma década de queda na taxa de roubos e homicídios no Rio, os números voltaram a crescer. A reportagem lembra que, às vésperas do início dos Jogos, houve vários incidentes.

Entre os que mais ganharam repercussão está o roubo das bicicletas da atleta paralímpica australiana Liesl Tesch e de sua técnica, por bandidos armados, no Aterro do Flamengo. Além disso, três velejadores olímpicos espanhóis foram assaltados em maio.

Em julho, um lutador de jiu-jitsu neo-zelandês foi sequestrado e roubado por dois policiais militares, que primeiramente disseram que o atleta estava sendo multado por não levar o passaporte. Ele registrou um boletim de ocorrência e deixou o país, por preocupação com a sua segurança. Segundo a Anistia Internacional, a polícia matou 1.519 pessoas no Rio nos últimos cinco anos.

Confusão entre comitês olímpicos

Já o jornal francês Libération publica que o assalto aos nadadores norte-americanos provocou uma certa confusão. "O Comitê Olímpico Internacional desmentiu inicialmente o incidente, dizendo que havia consultado a delegação norte-americana. Porém o porta-voz do Comitê Olímpico dos EUA confirmou a agressão."

Ele disse ainda que os quatro nadadores estão bem e que cooperam com as autoridades. "Quero agradecer a minha família, amigos e fãs pelo grande apoio que recebi hoje. Embora seja verdade que meus colegas e eu fomos vítimas de um roubo na madrugada de domingo, o que é mais importante é que estamos sãos e salvos. Não vejo a hora de voltar para casa para começar a traçar os planos do meu futuro, com um olho voltado para a representar o Time EUA nos Jogos de Tóquio-2020", escreveu Lochte em sua conta no Twitter.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro disse que "estão em andamento investigações para entender o roubo sofrido por nadadores olímpicos norte-americanos".

"Um dos atletas prestou depoimento à equipe especializada e confirmou o crime. Não soube informar o local onde aconteceu o assalto. As demais vítimas serão chamadas para depor", afirma um comunicado, que pede ao taxista que transportava os esportistas se apresente à delegacia para também ajudar na investigação. O Rio enfrenta níveis crônicos de insegurança, com quase cinco mortes violentas por dia na cidade.

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