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Fifa/Escândalo

Fifa aceita entregar e-mails de Jérôme Valcke à Justiça suíça

Nesta quinta-feira (24) a Fifa aceitou dar os emails de seu ex-secretário-geral, Jérôme Valcke, à procuradoria geral da justiça da Suíça. A Federação, que havia negado o pedido, acabou aceitando entregar o material, sob condições. O cartola francês foi demitido do cargo de secretário-geral da entidade na semana passada, por suposto envolvimento na revenda de entradas para o Mundial do Brasil 2014.

Jérôme Valcke, pouco antes de ser afastado do cargo de secretário geral da Fifa
Jérôme Valcke, pouco antes de ser afastado do cargo de secretário geral da Fifa AFP PHOTO / SEBASTIEN BOZON
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Como de costume na Fifa, os eventos desta quinta-feira (24) tiveram um desenvolvimento rocambolesco. Primeiro, o escritor do procurador geral da Suíça exigiu acesso a todas as contas de e-mail do ex-dirigente. Como resposta, a entidade, que tenta dar provas de boa-vontade, reiterou sua disposição de colaborar com as autoridades.

No início da tarde, a procuradoria emitiu um comunicado afirmando que "a Fifa informou que forneceria o acesso às contas de correio eletrônico de Jérôme Valcke se uma série de condições for reunida". Assim, a Justiça continua sem acesso às contas, apesar da disposição da entidade para a colaboração.

Venda ilegal de ingressos

O cartola é suspeito de operar um esquema de venda superfaturada de milhares de ingressos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Quem acusou Jérôme Valcke de estar por trás da negociação ilegal de milhares de ingressos foi um amigo e ex-parceiro de negócios, o executivo e ex-jogador israelense Benny Alon, que dirigia uma empresa de marketing responsável por comercializar entradas VIP para a Copa.

Alon afirmou ter combinado com Valcke de dividir os lucros sobre as vendas dos ingressos para jogos do Brasil e da Alemanha. Conforme se aproximava a abertura da Copa, eles teriam começado a especular sobre o preço das entradas. O israelense até brincou em um e-mail enviado ao cartola, em abril de 2013, que o mercado dos bilhetes operava "melhor que a bolsa de Nova York". O advogado do dirigente francês chamou de "intoleráveis" as acusações "inventadas" por Alon.

Esta é a segunda suspeita que pesa sobre o homem que declarou que o Brasil precisava de um "chute no traseiro" para acelerar as obras da Copa. No momento em que estourou o mega-escândalo de corrupção da Fifa, em maio, Valcke, chegou a ser acusado de transferir € 10 milhões em contas de Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, como retribuição da África do Sul por ter sido escolhida para sediar a Copa do Mundo de 2010.

Comitê executivo de crise

Joseph Blatter, que deixa a presidência da Fifa em fevereiro, ainda não se pronunciou sobre a queda de seu braço direito, mas será obrigado a fazê-lo nesta sexta-feira, quando terá um encontro com a imprensa, ao fim de dois dias de reunião da comitê executivo da entidade.

Esse encontro deve discutir, entre outros assuntos, "as investigações em curso da Justiça americana e suíça" e será presidido pelo secretário-adjunto Markus Kattner, que responde pelas finanças da Fifa desde 2003. Desde maio, quando estourou o escândalo de corrupção que já colocou 14 cartolas atrás das grades - entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marín -, essa tem sido a principal pauta na agenda da entidade. E isso deve continuar, já que a secretária de Justiça americana, Loretta Lynch e o procurador suíço Michael Lauber, afirmaram que o inquérito, apesar de avançar rapidamente, deve durar um bastante tempo.

O comitê deve discutir também as reformas que devem ser submetidas aos conselheiros em fevereiro do ano que vem. Entre as medidas estão o estabelecimento de um limite de reeleições para a presidência, reforço do controle de probidade dos membros do comitê executivo e formas de limitar o peso das confederações.

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