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Fifa/Eleições

Blatter atrasa lado de Platini em eleição para presidência da Fifa

Michel Platini anunciou nesta quarta-feira (29) sua candidatura à presidência da Fifa, e já desponta como favorito absoluto. Mas o presidente de saída, Joseph Blatter, não fará nenhum movimento para facilitar a vida dele. A decisão do ex-número 10 e capitão da seleção francesa é o resultado lógico de uma longa série de incidentes que começaram no dia 2 de junho com a renúncia de Joseph Blatter, 4 dias após sua reeleição para um 5°mandato à frente da Fifa.

Michel Platini (d) félicite le président de la Fifa Sepp Blatter après sa réélection, bien que le président de l'UEFA ait appelé ce dernier à la démission.
Michel Platini (d) félicite le président de la Fifa Sepp Blatter après sa réélection, bien que le président de l'UEFA ait appelé ce dernier à la démission. REUTERS/Arnd Wiegmann
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Os aliados de Platini estimam que ele terá entre 115 e 120 votos dos 209 conselheiros da entidade. Quem também se declarou favorável ao presidente da UEFA foi o ex-meia Zinedine Zidane. O jogador disse que Platini é a pessoa ideal para recolocar a Fifa no eixo e prometeu apoiá-lo.

Pedra na chuteira

Blatter, por outro lado, já deixou claro que não ajudará Platini. O ex-craque francês queria que a eleição acontecesse antes do fim do ano, mas o ex-presidente estabeleceu a data de 26 de fevereiro.

Outra pedra na chuteira é o fato de que ele tem ligações próximas com o Catar: apoiou a polêmica candidatura do emirado para sediar a Copa de 2022; era amigo de Mohammad Bin Haman, que foi expulso da Fifa depois de um escândalo de corrupção em 2011. Nessa mesma época, seu filho, Laurent Platini, foi indicado diretor geral de uma subsidiária suíça de um fundo do Qatar, que é dono do Paris Saint Germain. Laurent ocupa o cargo até hoje.

"A nostalgia é uma má conselheira"

Na imprensa francesa a empolgação se mistura à cautela: uma foto de Platini nos áureos tempos, vestindo a camisa da seleção francesa, vem acompanhada da manchete "O gol de Ouro", na capa desta quinta do Libération. O jornal diz que o ex-camisa 10 já é o favorito para vencer as eleições à presidência da Fifa. Mas em seu editorial, o diário de esquerda é mais cético. "A nostalgia é uma má conselheira", diz o jornal, e explica que, apesar de ser amado pelos franceses pelas ótimas memórias de suas atuações nos anos 70 e 80, Platini tem ainda alguns "esqueletos no armário" enquanto dirigente.

O jornal aponta dois exemplos: uma acusação de beneficios fiscias na organização da Euro2016, que ocorrerá na França, e a sua influência na decisão de realizar a Copa do Mundo do Qatar - o que, sabe-se agora, teria envolvido propinas. O editorial do Libération encerra se perguntando qual dos dois personagens será candidato, o "Platoche", como os franceses chamavam seu amado craque, ou o Platini, aquele personagem mais controverso que se tornou dirigente esportivo.

Platini, 60 anos, oficializou sua decisão em uma carta enviada às 209 federações que formam a Fifa e que foi divulgada pela Uefa, da qual é presidente. "Esta foi uma decisão muito pessoal, e refleti sobre ela de forma cuidadosa", indicou, acrescentando que deseja trabalhar pelos "interesses do futebol" e levar a Fifa "à dignidade e à posição que merece".
 

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