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Olimpíadas/Sochi

Sochi: Brasil quer realizar melhor Olimpíadas de Inverno de todos os tempos

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi que começam oficialmente a partir desta sexta-feira (7) já são históricos para o Brasil. O país enviou uma delegação recorde com 13 atletas disputando 7 modalidades. Diante do aumento do número de esportistas e da evolução dos atletas, a expectativa da Confederação Brasileira de Deportes na Neve (CBDN) é melhorar em 80% os resultados do país em relação às últimas Olimpíadas.

Equipe brasileira de bobsled treina no centro de Rosa Khutor, nesta quinta-feira, 6 de fevereiro.
Equipe brasileira de bobsled treina no centro de Rosa Khutor, nesta quinta-feira, 6 de fevereiro. Foto: Reuters
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“Os primeiros objetivos, que eram classificar o maior número de atletas, já foram completamente atingidos e até superados em relação às previsões”, diz Stefano Arnhold, presidente da CBDN e chefe da missão brasileira em Sochi.

“Agora nós pretendemos fazer as melhores Olimpíadas do Brasil de todos os tempos, batendo os recordes em pelo menos 80% das provas, comparando com nossas participações anteriores”, disse em entrevista à Rádio França Internacional.

Entre as modalidades que o Brasil espera ter melhor desempenho, está o esqui alpino, esporte que o país estreou em competições no início dos anos 90. “A gente vê uma progressão desde 1992 e um crescimento forte a partir de 2006 até 2010. Nosso objetivo agora é bater os valores de 2010”, explicou. “O Leandro Ribela e a Jaqueline Mourão vêm para Sochi como líderes do ranking latino-americano, o que mostra a progressão do esqui alpino”, comenta Arnhold.

“No esqui de fundo também deveremos superar as marcas de 2010, porque os dois atletas vêm batendo suas marcas ano a ano, mês a mês“, disse Arnhold em referência aos esquiadores Jhonatan Longhi e Maya Harrisson.

Em 2014, o Brasil vai estrear em outras modalidades nas Olimpíadas de Inverno, entre elas, a patinação artística, o biathlon e o esqui aéreo.

Destaques da delegação

Os Jogos também marcam um recorde para Jaqueline Mourão, que participa em Sochi de sua quinta Olimpíada. A atleta esteve em Atenas, em 2004, e Pequim, em 2008, disputando as Olimpíadas de Verão com o mountain bike.

Ela também esteve nos Jogos de Inverno de Turim, em 2006, e Vancouver, em 2010. Na Rússia, além do cross country, Jaqueline, vai estrear a participação do Brasil no biathlon feminino. A primeira prova de Sprint está marcada para este domingo (9). Pelo seu histórico, Jaqueline foi escolhida para ser a porta-bandeira da delegação brasileira na cerimônia de abertura do evento.

Outro destaque da participação brasileira é no esqui aéreo com Josi Santos. Ela foi muito incentivada pelo Comitê Brasileiro a representar o país após o acidente de esqui com Laís Souza. As duas treinavam juntas para a disputa de uma vaga na modalidade que reúne um número muito reduzido de meninas capazes de competir, 25 no total.

“A Josi foi muito incentiva pela própria Laís par vir aqui”, lembrou o presidente da CBDN. Segundo Stefano Arnhold, os atletas brasileiros irão homenagear a atleta de 25 anos que ainda se encontra internada em um hospital dos Estados Unidos. “A melhor homenagem de cada atleta a Laís é com seus próprios resultados”, afirmou.

Infraestrutura e polêmicas

Apesar das muitas polêmicas envolvendo a realização das Olimpíadas de Sochi, como atrasos de obras e problemas relacionados à segurança diante da ameaça de atentados terroristas, a delegação brasileira não tem reclamações.

“As instalações são excelentes. Eles (os russos) foram muito felizes na forma de estruturar as vilas. Na vila costeira, por exemplo, os atletas vão até os locais de treinamento e de competição sem deixar as áreas de segurança”, afirma Arnhold.

“Nas vilas de montanha também, as cadeiras que levam às montanhas para treinar e competir também não deixam os atletas deixarem as áreas de segurança”, continua.

Segundo ele, o mesmo acontece para os atletas que competem nas disciplinas de endurance, como no cross country e no biathlon. “Tudo foi muito bem pensado”, avalia. “Estamos nos sentindo seguros e temos plena confiança no Comitê organizador e nas autoridades locais”, diz ele

Propaganda antigay

A delegação brasileira também prefere se esquivar de outras polêmicas envolvendo o país anfitrião como a adoção, em junho, de uma lei considerada homofóbica por querer evitar a propaganda da homossexualidade no país.

A lei foi alvo de inúmeros protestos de diversas personalidades esportivas e políticas. A missão brasileira em Sochi afirmou que não precisou orientar os atletas brasileiros sobre o modo de lidar com os temas.

“Tanto o Comitê Olímpico Brasileiro quanto as Confederações, são entidades apolíticas e apartidárias e respeitam todos os credos. Não há nenhuma discriminação de nenhum tipo”, diz.

“Esse tipo de convicção é passada aos nossos atletas, mas nem precisaria. A maioria deles comunga do mesmo pensamento e é um problema que não nos atinge”, afirmou Stefano Arnhold.

Recorde na televisão

As Olimpíadas de Inverno devem bater um outro recorde para os brasileiros, da quantidade de transmissão dos esportes de neve e de gelo.

“O número de horas de esportes de neve e de gelo na televisão vem crescendo 200%”, garante Arnhold. No ano passado, segundo ele, foram 55 eventos foram transmitidos, sendo 45 deles ao vivo.

“No total foram mais de 150 horas de transmissão, com uma audiência acumulada de 140 milhões de pessoas.”, informa Arnhol. “Este ano a gente deve crescer mais de 300%. Mais de 100 eventos deverão ser transmitidos. O interesse está crescendo exponencialmente”, afirma.

Para o presidente da CBDN, as explicações pelo interesse cada vez maior dos brasileiros pelas Olimpíadas de Inverno não têm mistério: “Os brasileiros gostam muito de neve, é uma coisa mágica. Muitos deles têm muita vontade de conhecer de perto. As provas são muito plásticas, muito bonitas. Na televisão as imagens ficam interessantes”, disse.

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