Corinthians finalmente comemora conquista do mundo

Já havia acabado o tempo da coletiva de imprensa, mas Tite não queria ir embora. "Como campeão do mundo é gostoso dar entrevista", disse o técnico corintiano, sorridente. "Pode deixar correr". Foi ele um dos maiores responsáveis pelo título de campeão mundial, que o Corinthians finalmente pode comemorar. Claro que os mais xiitas do bando de loucos vão se lembrar do Torneio da FIFA de 2000, quando o Timão bateu o Vasco nos pênaltis, depois de um zero a zero no tempo regulamentar. Mas agora, o pacote é completo, com direito a Libertadores e a badalada final no Japão.

O capitão corintiano Alessandro levanta a taça de campeão do mundo REUTERS/Yuya Shino

No Japão, só geograficamente: os mais de 20 mil torcedores que compareceram ao Estádio em Yokohama fizeram a equipe do Parque São Jorge se sentir no Pacaembu, sob gritos de "Timão e-ô" e "Louco por ti, Corinthians". Talvez tenha vindo das arquibancadas a inspiração para o goleiro Cássio fazer ao menos três defesas milagrosas durante o jogo; ou para o peruano Guerrero completar de cabeça a bola espirrada pelo meia Danilo e correr para o abraço.

Guerrero, que era dúvida para o torneio e chegou a ser contestado pela torcida, marcou o único gol do jogo e deu aos corintianos o mais importante troféu de sua história. Foi coroado com o título de terceiro melhor do campeonato, atrás do brasileiro David Luís, do Chelsea, e, claro, de Cássio, que começou o ano como terceira opção para o gol do Timão e terminou... Não terminou. Para Cássio, hoje goleiro da seleção, é só o começo.

Mas o Corinthians é um time operário, como a torcida gosta de definir. E, como tal, precisou do esforço de todos para vencer. Foi aí que brilhou a estrela de Tite: o técnico armou um time mais ofensivo que de costume, com Jorge Henrique atuando na intermediária como um meia avançado, Emerson - que foi fominha e perdeu dois gols incríveis no primeiro tempo - mais aberto e Guerrero de centro-avante.

Valeu a ousadia e a equipe do conjunto se sobrepôs às estrelas inglesas. Um abatido Fernando Torres, olhando de longe a festa alvinegra, é a imagem que ilustra o estado de espírito dos blues. Mas como no rádio, valem as palavras, fiquemos com as usadas pelo diário britânico The Sun: "é o fim do mundo".