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África do Sul/Copa do Mundo

Morte de líder pró-apartheid reaviva tensões raciais na África do Sul

O presidente Jacob Zuma pediu calma depois da morte do líder Terre’Blanche no último sábado, na África do Sul. O Movimento de Resistência Africâner (AWB) afirmou nesta segunda-feira que não haverá represálias violentas. O país, que acolhe dentro de dois meses a Copa do Mundo de Futebol, teme uma possível onda de conflitos raciais.

Partidários do movimento de resistência africâner (AWB), reunidos em frente à fazenda onde Terre'Blanche foi morto.
Partidários do movimento de resistência africâner (AWB), reunidos em frente à fazenda onde Terre'Blanche foi morto. Photo: Siphiwe Sibeko /Reuters
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As autoridades sulafricanas tentaram acalmar neste domingo as tensões provocadas pelo assassinato do líder de movimento extremista AWB, Eugene Terre'Blanche, por dois jovens negros, a dois meses da Copa do Mundo. O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, fez um pronunciamento pela televisão, neste domingo, pedindo tranquilidade e a unidade do país, diante dos anúncios de vingança que haviam sido feitos pelos partidários do AWB. Segundo o professor de direito da Universidade da África do Sul, André Thomashausen, o país desconhece quantos integrantes fazem parte do movimento e seu poder bélico. “Existem indicações que este e outros grupos extremistas possam aproveitar da Copa do Mundo para chamar a atenção ”, garante.

Os dois jovens, entre eles um menor de idade, funcionários da fazenda de Terre’Blanche, foram acusados pelo assassinato, depois de uma briga por salários não pagos. Eles devem comparecer ao tribunal nesta terça-feira. Forças policiais foram deslocadas para Ventersdorp, cidade a cerca de 100km de Johannesburgo, onde serão realizados os funerais até o fim da semana. O chefe de governo da região deve se encontrar com a família do líder de Terre'Blanche.

Andre Visagie, secretário-geral do AWB, grupo paramilitar que defende a supremacia da raça branca, do qual Terre'Blanche foi o cofundador, desmentiu, nesta segunda-feira, o risco de represálias para vingar sua morte. No domingo, entretanto, Visagie pediu aos times de futebol que desistissem de participar do Mundial, dizendo que as próximas ações seriam discutidas num Congresso previsto para o dia 1° de maio. O movimento, que defende a criação de um "Estado branco" independente, possui cerca de 5 mil integrantes. Na África do sul os brancos representam apenas 9,5% da população.
 

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