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A viagem cultural da Agenda Europa começa pelo país basco com a mega retrospectiva no Guggenheim de Bilbao em homenagem ao artista plástico brasileiro Ernesto Neto. Em seguida vamos a Oslo, na Noruega, onde o museu Astrup Fearnley apresenta a mostra "Imagine Brazil". Fechamos com chave de ouro em Paris, com a exposição da obra do fotógrafo Henri Cartier-Bresson.  

Instalação "Baleirobala", de Ernesto Neto, no Guggenheim de Bilbao. (Guggenheim)
Instalação "Baleirobala", de Ernesto Neto, no Guggenheim de Bilbao. (Guggenheim)
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O Museu Guggenheim de Bilbao, no país basco, acaba de inaugurar uma retrospectiva única da obra do carioca Ernesto Neto, de 50 anos, que com seu imaginário sem fronteiras e suas instalações gigantescas é considerado um dos maiores artistas contemporâneos da atualidade.

A instalação "É a vida" exposta na retrospectiva de Ernesto Neto em Bilbao. (Guggenheim)
A instalação "É a vida" exposta na retrospectiva de Ernesto Neto em Bilbao. (Guggenheim)

"O Corpo que me leva", nome da mostra, apresenta mais de trinta peças, dos anos 90 até hoje, além de criações realizadas especialmente para os espaços do Guggenheim. Um percurso revelador da essência do artista, como explica a curadora Petra Joos: "Ernesto Neto é com certeza um dos nomes mais importantes da cena contemporânea, tem uma obra com novos horizontes, novos parâmetros. Esta retrospectiva tem uma forma muito especial, com trabalhos dos últimos vinte anos. Não nos interessa apresentá-la de maneira cronológica, mas sim focar os grandes temas da sua carreira", diz a curadora.

Já o artista nos fala que o espírito desta exposição é que" as pessoas comecem a pensar a existência muito mais corporalmente do que mentalmente, pensar na Terra mais como corpo do que imagem ou paisagem, pensar nas relações como algo sagrado, mais profundo, que temos uns com os outros", diz Ernesto Neto.

As obras ocupam nove salas, divididas nas diversas partes de uma 'abelha colibri'. "Temos então a boca, a cabeça, as antenas, as patas, o corpo dividido em garganta, estômago e rabo, e as asas. Cada parte do corpo tem um título. Esse todo é uma pintura feita majoritariamente de esculturas, além de desenhos e impressões", comenta o artista.

A retrospectiva no Guggenheim de Bilbao acontece de 14 de fevereiro a 18 de maio.

Imaginação brasileira

Nos últimos dez anos, o Museu Astrup Fearnley, em Oslo, na Noruega, vem se interessando pela nova geração da cena artística de regiões emergentes. Depois da China e da Índia, este belíssimo museu, planejado pelo premiado arquiteto italiano Renzo Piano, voltou os olhos para o Brasil, organizando a "Imagine Brazil", com trinta nomes representativos do que se faz de mais audacioso e autêntico hoje no nosso país.

Cartaz da mostra "Imagine Brazil", no Astrup Fearnley Museum de Oslo.
Cartaz da mostra "Imagine Brazil", no Astrup Fearnley Museum de Oslo.

Até o dia 23 de fevereiro, quem estiver em Oslo poderá apreciar os trabalhos de 22 brasileiros: Arrigo Barnabé, J.Borges, Sofia Borges, Rodrigo Cass, Adriano Costa, Jonathas de Andrade, Deyson Gilbert, Fernanda Gomes, Marcellvs L, Milton Machado, Montez Magno, Cinthia Marcelle, Maria Martins, Thiago Martins de Melo, Rodrigo Matheus, Cildo Meireles, Pedro Moraleida, Paulo Nazareth, Rivane Neuenschwander, Paulo Nimer Pjota, Tunga e Adriana Varejão.

Esta é uma oportunidade para se ter um panorama da arte brasileira, do modernismo (concretismo, neoconcretismo, Tropicália) à vanguarda, com 14 jovens artistas selecionados.

Depois da Noruega, "Imagine Brazil" vem para a França e poderá ser vista no Museu de Arte Contemporânea de Lyon, de 5 de junho a 17 de agosto.

Um tesouro no Centro Pompidou

Mais de 500 fotografias originais, desenhos, pinturas e filmes do monstro sagrado da fotografia do século 20, o francês Henri Cartier-Bresson (1908-2004). São estas maravilhas que podemos descobrir na recém-inaugurada exposição que leva o nome do fotógrafo, no Centro Pompidou de Paris.

Quando a fotografia também é poesia....(Fondation Henri Cartier-Bresson)
Quando a fotografia também é poesia....(Fondation Henri Cartier-Bresson)

Os famosíssimos cadernos de impressões da África também integram a mostra e são considerados históricos porque foi a primeira viagem de Cartier-Bresson ao exterior, aos 21 anos; a primeira de uma longa série que fará do fotógrafo uma das grandes testemunhas do seu tempo: a guerra na Espanha, a Segunda Guerra Mundial, o assassinato de Ghandi, a União Soviética....

A primeira parte da retrospectiva retraça os anos 1926 a 1935 e é marcada pelo convívio com o grupo surrealista e as viagens pela Europa, México e Estados Unidos. O segundo período começa em 1936, quando Cartier-Bresson voltou dos Estados Unidos, e vai até 1946, quando ele viaja para Nova York. Esta fase é marcada pelo engajamento político, o trabalho para a imprensa comunista, o ativismo antifascista, o cinema e a guerra. A terceira e última parte enfoca a criação da agência de fotografia Magnum, em 1947 e segue até o começo dos anos 70, quando Bresson pára de fazer reportagens.

Todo este percurso possibilita aos amantes da fotografia uma leitura global e intensa da obra do emblemático fotógrafo francês. E em plena era digital, é um prazer admirar suas imagens impressas a partir de negativos originais.

E para terminar, fica aqui uma frase de Cartier-Bresson sobre a sua arte: "Fotografar é ter na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração".

A exposição "Henri Cartier-Bresson" estará no Centro Pompidou de 12 de fevereiro a 9 de junho de 2014.

 

 

 

 

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