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O belga Adolphe Sax deu o seu nome ao instrumento que inventou, em forma de cachimbo, e cujo som acabou revolucionando a música, particularmente o jazz e o blues. Em Bruxelas, uma mega exposição revela tudo sobre a sua vida e obra. Passando para as artes plásticas, a Tate Britain de Londres expõe as esculturas impressionantes de Richard Deacon. Em Paris, os deprimidos se encontram no famoso teatro Olympia.

Orquestra de Duke Ellington, com o famoso saxofonista Johnny Hodges, em concerto em Bruxelas, em 1938.
Orquestra de Duke Ellington, com o famoso saxofonista Johnny Hodges, em concerto em Bruxelas, em 1938. Robert Pernet Fund
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Filho de um renomado fabricante de instrumentos, Adolphe Sax faz jus ao ditado "Filho de peixe, peixinho é". Criado na pequena cidade de Dinant, na Bélgica, ele inventou um dos instrumentos mais cultuados pelos músicos do mundo inteiro: o saxofone.

Para celebrar em grande estilo os 200 anos do seu nascimento,  o MIM - Museu dos Instrumentos Musicais de Bruxelas - abriu em 5 de fevereiro a exposição "Sax200". O curador do museu, Géry Dumoulin, explica que para organizar a mostra foi feita uma verdadeira "revolução": "Retiramos todos os instrumentos de cordas e os pianos, esvaziando completamente o quarto andar. A ideia foi mesmo dar o maior espaço possível para esta homenagem", ele explica, observando que esta não é uma mostra sobre saxofones, mas sim sobre o seu criador.

Trajetória de Sax

O percurso segue quatro temas principais: "Sax inventor", "Sax empresário", "Sax íntimo" e "Sax depois de Sax", que conta a evolução do saxofone depois da morte do seu inventor, em Paris, em 1894. Através desses temas, ficamos sabendo que o nosso belga tinha um grande tino comercial e soube valorizar a sua invenção. Descobrimos também que a vida não foi clemente com ele na infância: quase morreu afogado, sofreu uma queda terrível em uma escada, que por pouco não o deixou aleijado, além de ter se envenenado ao ingerir por acidente um verniz, escapando da morte por um triz!

Felizmente, Sax saiu são e salvo de todas estas tragédias e desenvolveu uma carreira muito bem sucedida. Começou vendendo seus instrumentos de sopro para o exército da França até conquistar os maiores músicos de jazz norte-americanos como Dexter Gordon, Ben Webster, Coleman Hawkins...

"Sax200" oferece um guia áudio aos visitantes, que poderão descobrir cerca de 200 instrumentos, ouvir a interpretação de grandes mestres do jazz e apreciar algumas relíquias conservadas pelo MIM.

Vocês têm tempo para planejar uma visita... A mostra sobre os 200 anos do pai do saxofone ficará aberta até 11 de janeiro de 2015.

Richard Deacon, o volume, o espaço...

Integrante da chamada quarta geração da nova escultura britânica, Richard Deacon é um dos maiores artistas contemporâneos do país. Em mais de quarenta anos de carreira, ele possui uma obra marcada pela incessante busca de novos equilíbrios entre espaço e objeto. 

"After", escultura de Richard Deacon realizada em 1998.(Tate)
"After", escultura de Richard Deacon realizada em 1998.(Tate)

As 34 peças que a Tate Britain de Londres expõe de 5 de fevereiro a 12 de abril refletem a pesquisa que caracteriza o trabalho orgânico do artista, duas vezes vencedor do prestigioso prêmio Turner, em 1984 e 1987, oferecido aos melhores escultores do Reino Unido.

Esculturas monumentais, esculturas minúsculas, formas improváveis, curvilíneas, combinadas com elementos de engenharia... Não é exagero dizer que as obras de Deacon "quase se mexem" como sugere a escultura da foto (After, 1998) , que dá a impressão de se arrastar sinuosamente pelo chão do museu.

Os materiais explorados ao longo dessas quatro décadas exploram sem limites todos os tipos de texturas, da madeira laminada ao policarbonato e o couro. Suas esculturas mais recentes são frutos de pesquisas em aço encurvado, cerâmica vitrificada e madeiras retorcidas. Deacon também se interessa em casar elementos improváveis como tecidos e argila, mármore e couro, cobre e pele.Todas estas fusões estão presentes nos trabalhos expostos na Tate.

Em meio à força e densidade das obras, alguns desenhos delicados de formas leves e fluidas, em pastel e lápis, repousam o olhar do visitante, como se causassem um efeito de alívio depois de tanta densidade.

Deprimidos, unam-se!

Se você estiver deprimido em Paris e sair para uma balada na segunda-feira, 10 de fevereiro, o lugar ideal para curtir o baixo astral é, com certeza, o famoso teatro Olympia, onde acontece a II Nuit de la Déprime (a "Segunda Noite da Depressão", em tradução livre).

O conceito pode parecer esquisito, mas fez o maior sucesso por aqui, tendo lotado o teatro Folies Bergères no ano passado, deixando uma multidão do lado de fora... A ideia, é claro, foi de um humorista francês, Raphaël Mezrahi, que reuniu  artistas franceses famosos cantando e lendo músicas e textos muito tristes, de fazer qualquer um chorar.... Mas como vocês podem imaginar, no final todo mundo acaba rindo com os refrões desesperados, os dramas amorosos, as tragédias da vida...

Um detalhe tragicômico: o show é patrocinado por um fabricante de lenços de papel e por uma marca de chocolates! Dois acessórios indispensáveis para um deprimido que se preze!

Clique acima para ouvir o programa completo.

 

 

 

 

 

 

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