Acessar o conteúdo principal
Amazônia/ Floresta Amazônica/ Fogo

Primeiro avião de ajuda do G7 para combater fogo na Amazônia decola do Paraguai

Um primeiro hidroavião financiado pela ajuda de emergência do G7 decolou nesta quinta-feira (29) no Paraguai para ajudar a combater os incêndios florestais na Floresta Amazônica, em coordenação com o Chile.

Vista aérea do fogo na amazônia boliviana em Robore, Bolívia, em 25 de agosto de 2019.
Vista aérea do fogo na amazônia boliviana em Robore, Bolívia, em 25 de agosto de 2019. REUTERS/David Mercado
Publicidade

Outros aviões decolarão da região nas próximas horas para combater os incêndios na Bolívia, país que já perdeu 1,2 milhão de hectares de florestas e pastagens ao longo deste ano, indicou a Presidência francesa.

As operações financiadas pelos países do G7, que anunciou um desbloqueio de emergência de 20 milhões de dólares, estão sendo coordenados por Santiago.

Por ora, não está previsto o envio de hidroaviões ao Brasil, à espera de que o presidente Jair Bolsonaro autorize esta ação.

Bolsonaro condicionou o recebimento de ajuda do G7 para combater os incêndios na floresta amazônica a uma retração por parte do presidente francês, Emmanuel Macron, quanto a seus "insultos" nas declarações que questionaram a capacidade do Brasil de preservar essa região fundamental para o planeta.

Brasil proíbe queimadas

O Brasil proibiu as queimadas em campos e florestas por dois meses para tentar acabar com os incêndios na Amazônia, uma medida recebida com ceticismo diante da magnitude de um fenômeno que provocou uma crise ambiental e diplomática.

O decreto, válido por dois meses a partir desta quinta-feira (29), foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, questionado por seu apoio à expansão das atividades agrícolas e de mineração em territórios indígenas e áreas protegidas da maior floresta tropical do planeta.

A questão causa preocupação internacional. O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, levantou a possibilidade de organizar uma reunião específica à margem da Assembleia Geral da ONU em setembro sobre a Amazônia, onde "a situação é obviamente muito séria".

O governo brasileiro, que mobilizou mais de 3.900 militares e brigadas, centenas de veículos e 18 aeronaves, disse na quarta-feira (28) à noite que os focos de incêndio estavam diminuindo, sem fornecer números.

Dados de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que de terça a quarta-feira houve 1.628 novos focos, totalizando 84.957 desde janeiro, mais da metade deles (51,8%) na floresta amazônica. Esse número marca um aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano passado e é um recorde de incêndios desde 2010.

Desmatamento

O país está na estação seca, mas especialistas dizem que o aumento dos incêndios se deve principalmente ao aumento do desmatamento impulsionado pela indústria madeireira e pelas atividades agropecuárias.

É muito difícil acreditar que [o decreto] tenha um impacto imediato no terreno. Quem queima sem licença não o respeitará", disse Rodrigo Junqueira, porta-voz do Instituto Socioambiental (ISA), uma entidade científica não governamental focada em projetos sociais e ambientais.

Além disso, "a fiscalização não será mobilizada, depois de todo o desmonte do aparato ambiental", acrescentou, em referência às medidas do governo que debilitaram as instituições encarregadas da tarefa.

"O problema não é a proibição, mas o cumprimento da lei", afirmou em nota a ONG WWF.

(Com informações da AFP)

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.