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Estados Unidos / Síria / Estado Islâmico

Trump planeja retirada completa de tropas americanas na Síria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que acredita ter alcançado o objetivo de "derrotar o grupo Estado Islâmico" (EI) na Síria, está considerando uma retirada completa das tropas americanas mobilizadas no país em guerra.

Soldados americanos na Síria, 01/11/2018
Soldados americanos na Síria, 01/11/2018 Courtesy Zoe Garbarino/U.S. Army/Handout via REUTERS
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"Trata-se de uma retirada total" que deverá acontecer "o mais rápido possível", informou à AFP uma autoridade americana, que pediu para não ser identificada. "A decisão foi tomada ontem", disse a fonte.

Cerca de 2 mil soldados americanos estão atualmente mobilizados no norte da Síria, em sua maioria integrantes das forças especiais presentes para combater o EI e treinar as forças locais nas zonas libertadas dos extremistas. "Nós derrotamos o grupo Estado Islâmico na Síria, a única razão, na minha opinião, pela qual estávamos presentes", escreveu o presidente americano no Twitter.

Muitos observadores alertam para o risco de uma retirada americana precipitada, que deixaria o caminho livre na Síria aos aliados do presidente Bashar al-Assad, a saber a Rússia, grande rival dos Estados Unidos, e o Irã, verdadeiro inimigo do governo Trump.

Para os outros

O presidente americano manifestou várias vezes sua intenção de retirar suas tropas do país, enquanto vários membros de seu governo expressaram divergências sobre essa questão delicada. O republicano reclama dos custos bilionários para o exército. Ele também defende deixar a tarefa "para os outros", principalmente os países árabes do Golfo.

Há alguns meses, um compromisso para não ferir a sensibilidade do magnata imobiliário foi encontrado: o governo anunciou que a retirada continuava sendo "um objetivo", mas nenhum calendário havia sido definido.

Na semana passada, o enviado americano para a coalizão internacional antijihadista, Brett McGurk, declarou que os americanos deveriam permanecer na Síria por algum tempo. "Mesmo que o fim do califado como território esteja agora claramente ao alcance de nossas mãos, o fim do EI vai demorar muito mais tempo", disse ele à imprensa em Washington, porque "existem células clandestinas".

Ingenuidade

"Ninguém é tão ingênuo a ponto de dizer que eles vão desaparecer da noite para o dia”, completou, insistindo em que "ninguém declara 'missão cumprida'". "Nós aprendemos muitas lições no passado. Então, sabemos que, uma vez que os territórios forem libertados, não se pode simplesmente fazer as malas e ir embora", frisou.

Em várias ocasiões, o secretário americano da Defesa, Jim Mattis, também advertiu contra uma saída precipitada da Síria. "Devemos evitar deixar na Síria um vácuo que pode ser explorado pelo regime de Assad, ou por seus apoiadores", explicou em junho.

O senador republicano Lindsey Graham expressou suas reservas nesta quarta-feira, dizendo no Twitter que "a retirada desta pequena força dos Estados Unidos na Síria seria um grande erro, do tipo Obama". "O grupo do EI não foi derrotado na Síria, no Iraque e certamente não no Afeganistão, onde acabei de visitar", disse ele. "Estamos prestes a cometer o mesmo erro que cometemos tantas vezes no Oriente Médio nos últimos 20 anos", lamentou, por sua vez, Ilan Goldenberg, ex-diplomata de Barack Obama.

Com informações da AFP

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