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Literatura/Philip Roth

Escritor Philip Roth morre aos 85 anos

Philip Roth, um dos ícones da literatura dos Estados Unidos na segunda metade do século 20, faleceu aos 85 anos nesta terça-feira (22) à noite, vítima de uma insuficiência cardíaca congestiva.

Philip Roth em New York em setembro de 2010.
Philip Roth em New York em setembro de 2010. REUTERS/Eric Thayer/File Photo
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Conhecido por revisar a experiência judaico-americana em seus mais de 30 livros, o escritor foi uma importante referência da literatura após a Segunda Guerra Mundial com a universalidade de sua mensagem". Roth conquistou em 1998 o prêmio Pulitzer por seu aclamado romance "Pastoral Americana" ("American Pastoral, 1997), mas nunca venceu o Nobel.

Roth, que viveu em Nova York e Connecticut, foi um virtuoso ensaísta e crítico, assim como um observador da sociedade americana. "Não se pode inventar do nada, ou definitivamente eu não posso", afirmou em um documentário de 2011. "Preciso de algo de realidade, unir dois fragmentos da realidade para obter o fogo da realidade". Roth conseguiu manter a relevância de suas obras, tanto em termos de qualidade como de quantidade, incluindo sua elogiada trilogia política, que incluiu "Pastoral Americana", "Casei com um Comunista" (1998) e "A Marca Humana" (2000).

Contemporâneo de Don DeLillo, Saul Bellow e Norman Mailer, Roth conquistou os maiores prêmios de literatura nos Estados Unidos, mas foi um eterno candidato ao Prêmio Nobel de Literatura, que nunca venceu. Também recebeu o “Man Booker International” pelo conjunto de sua obra em 2011. Um ano depois, recebeu o prêmio Príncipe das Astúrias e em 2015 a França concedeu a Roth o título de Comandante da Legião de Honra, um reconhecimento que o escritor recebeu como "uma surpresa maravilhosa".

Seu último romance "Nêmesis", sobre a epidemia de pólio em 1944, foi publicado em 2010, dois anos depois do anúncio de Roth, que disse deixaria de escrever, o que deixou o mundo da literatura atônito. "É quase como ouvir que Keith Richards se aposenta do rock and roll ou que o papa abandona a religião", escreveu o crítico James Walton.

Roth permaneceu fiel à sua decisão e se declarou feliz com sua vida pós-literatura, embora tenha admitido que escrever o ajudou permanecer longe da depressão. "Havia chegado ao fim. Não havia mais nada para escrever", declarou em 2014. "Comecei a grande tarefa de não fazer nada. Fiquei muito bem".

Palavras para Trump

Seu livro "Complô contra a América" (2004) se tornou uma referência após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O romance narra uma história alternativa dos Estados Unidos, com Franklin D. Roosevelt sendo derrotado nas eleições em 1940 por Charles Lindbergh, um aviador com inclinações pró-nazismo.

Alguns críticos de esquerda estabeleceram uma comparação com a vitória de Trump. Roth chegou a descrever Trump como "um ignorante de governo, da história, da ciência, da filosofia, da arte,, incapaz de expressar ou reconhecer sutilezas ou nuances... de administar um vocabulário de 77 palavras". Philip Milton Roth nasceu em 19 de março de 1933 em Newark, Nova Jersey, neto de imigrantes judeus-europeus da onda migratória aos Estados Unidos na primeira parte do século 19.

(Com informações da AFP)

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