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Estados Unidos

Jornais franceses fazem balanço heterogêneo da era Obama

A imprensa francesa faz nesta sexta-feira (28) um balanço da era Obama nos Estados Unidos, assinalando avanços e críticas às duas gestões do democrata.

O presidente Barack Obama durante a inauguração do museu afro-americano, em setembro, em Washington.
O presidente Barack Obama durante a inauguração do museu afro-americano, em setembro, em Washington.
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O diário econômico Les Echos declara em manchete que Obama mudou a cara dos Estados Unidos. "Ele deixa uma economia mais dinâmica, porém marcada por contrastes" devido ao empobrecimento da classe média. Além de uma matéria na edição impressa do jornal sobre a provável vitória de Hillary Clinton no dia 8 de novembro, Les Echos dedica sua revista semanal, que chega hoje às bancas, "à nova América criada por Obama".

A publicação traz perfis de 25 personalidades que marcaram época, como Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, o nadador Michael Phelps, a cantora Taylor Swift e o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, entre outros. Mostra que Obama foi bem melhor do que Bill Clinton na área econômica, tendo feito o PIB americano crescer 23% per capta, contra 6% durante a administração do marido de Hillary.

Classe média achatada

O maior problema apontado pelos jornais na área econômica é que recuperação não foi uniforme. Em algumas regiões e camadas da população, houve aumento das desigualdades.

Em Detroit, apesar da reconstrução espetacular da indústria automobilística, 48% da população ainda vive abaixo da linha de pobreza. As cidades de Filadélfia, Memphis e Tucson estão em situação semelhante, segundo Les Echos, com mais de 34% de americanos muito pobres, ou seja, com renda inferior a US$ 25 mil por ano.

Hillary terá cacife político?

O jornal Le Figaro sublinha a queda do desemprego, uma vitória de Obama, mas o outro lado da moeda é que, apesar do aumento de postos no mercado de trabalho, a remuneração da classe média estagnou.

O diário conservador enumera algumas promessas de Hillary Clinton para combater essas distorções. A candidata democrata quer promover uma redistribuição de renda, aumentar os impostos dos mais ricos e investir em um programa de infraestrutura para dinamizar ainda mais o mercado de trabalho. Hillary também promete aumentar o salário mínimo federal, instituir a gratuidade do ensino universitário para famílias com renda limitada e reforçar o Obamacare, o programa na área da saúde que estendeu o atendimento a milhares de americanos antes excluídos do sistema.

A imprensa francesa praticamente não tem dúvidas sobre a vitória de Hillary, mas restam dúvidas sobre a força do futuro governo. Ainda não dá para saber se ela terá mais facilidade para governar, uma vez que os democratas também lutam para conquistar a maioria no Congresso e virar a página dos anos de paralisia impostos pelos republicanos ao primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos. Se eleita, Hillary também vai quebrar um tabu que pode movimentar fantasmas no porão: ela será a primeira mulher a ocupar a Casa Branca.

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