Após pneumonia, Hillary Clinton volta à campanha com discurso pessoal
Depois de ter sido diagnosticada com uma pneumonia e ser obrigada a fazer uma pausa na campanha no início desta semana, a candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, voltou com toda a força nesta quinta-feira (15). Em um comício na Carolina do Norte, a ex-secretária de Estado fez um discurso intenso e pessoal, apostando todas as fichas para tentar recuperar o terreno perdido para o republicano Donald Trump nos últimos dias.
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Com informações da correspondente da RFI em Washington, Anne-Marie Capomaccio
A entrada de Hillary no palanque de Greensboro, na Carolina do Norte, teve um toque de humor incomum na campanha da democrata. Ao som de "I Feel Good" (Sinto-me bem, em português), de James Brown, ela iniciou o evento no Estado que ainda está indeciso e que é considerado importante na corrida para as eleições de novembro.
Ao público, a ex-secretária de Estado explicou que o descanso forçado lhe fez bem. O discurso foi mais curto do que o habitual, durou apenas 20 minutos, mas ganhou ares mais pessoais também. A candidata soube transformar o burburinho em torno de sua pneumonia em uma reflexão sobre o sistema público de saúde dos americanos.
"Pessoas como eu são sortudas. Eu posso tirar uns dias de folga, mas milhões de americanos não podem. Ou eles vão para o trabalho doentes, ou não são pagos, não é mesmo?", declarou.
A democrata também revelou que está trabalhando duro no debate em que enfrentará Trump, no dia 26 de setembro. "Como todos nós, eu tenho a tendência a preparar muito, talvez até demais. Nunca serei o 'showman' que é meu oponente, e isso está OK. Mas eu vou trabalhar para vocês e suas famílias", prometeu.
Se as pesquisas de opinião mostram que o avanço sobre o republicano diminuiu durante a semana difícil que Hillary atravessou, seu porta-voz, Nick Merril, acredita que o episódio foi "um mal necessário". Segundo ele, o recuo na vantagem da candidata em relação a Trump vai motivar os eleitores republicanos a irem votar.
Empate técnico
Uma pesquisa da rede CBS e do jornal The New York Times, divulgada nesta quinta-feira, mostra ambos os candidatos praticamente em empate técnico, com 44% para Hillary Clinton, e 42% para Trump. Quando a pesquisa inclui no questionário os outros dois candidatos minoritários em disputa - o libertário Gary Johnson e a ambientalista Jill Stein - Hillary e Trump aparecem com 42% cada.
Um estudo da CBS/NYT também mostrou uma enorme divisão de gênero na disputa eleitoral: Trump tem uma vantagem de dois dígitos no eleitorado masculino, enquanto Hillary tem superioridade equivalente entre as mulheres.
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