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Linha Direta

Problema de saúde não deve acabar com favoritismo de Hillary nos EUA

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A batalha pela sucessão de Barack Obama está atualmente muito mais apertada do que os democratas imaginavam, após Hillary Clinton disparar nas pesquisas no verão. Além de reduzir a vantagem da rival nas últimas semanas, o republicano Donald Trump entra na reta final da campanha alertando os eleitores para um aspecto até então de pouca relevância: o estado de saúde de sua adversária, obrigada a revelar que estava com pneumonia depois de passar mal na cerimônia de 15 anos dos atentados terroristas de 11 de Setembro.A saúde da candidata de 68 anos, e, por tabela, de seu adversário direto, de 70, se tornaram esta semana o foco da briga pela Casa Branca. Mas especialistas acreditam isso não deve acabar com o favoritismo de Hillary nas eleições de novembro.

Brian Falllon, porta-voz da equipe de campanha da candidata democrata Hillary Clinton, garantiu à imprensa que a pneumonia diagnosticada é o único problema de saúde de Hillary.
Brian Falllon, porta-voz da equipe de campanha da candidata democrata Hillary Clinton, garantiu à imprensa que a pneumonia diagnosticada é o único problema de saúde de Hillary. REUTERS/Brian Snyder
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Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York

Os dois candidatos, Hillary e Trump, prometeram divulgar nos próximos dias informações mais detalhadas sobre o estado de saúde deles. Hillary já teve problemas de saúde quando era secretária de Estado, mas esta não foi uma questão crucial nas primárias democratas, até porque seu adversário, o senador Bernie Sanders, tinha 75 anos e era quem vivia pressionado neste quesito por conta da idade mais avançada.

Trump, por sua vez, só havia, até o incidente com Hillary no domingo (11), divulgado uma carta genérica de seu clínico-geral atestando que o candidato gozava de uma boa condição de saúde.

Falta de transparência preocupa opinião pública

Esta celeuma toda em relação à saúde de Hillary tem muito a ver com a decisão da campanha democrata de inicialmente esconder o diagnóstico do público. Mais do que preocupação com a saúde da ex-primeira-dama, a opinião pública parece ter confirmado, no episódio de domingo, a tendência dos Clinton de manterem informações importantes guardadas a sete chaves.

A mais recente pesquisa do Washington Post e da rede de televisão ABC mostra que 74% dos americanos não estavam, até a semana passada, preocupados com a saúde de Hillary. Por outro lado, 60% dizem não confiar na candidata, que teria uma tendência a esconder a verdade.

O problema para Trump é que 63% dizem também não confiar no republicano. Mas as pesquisas voltaram a preocupar os democratas, que reclamam de uma certa apatia de Hillary. A candidata governista pouco fez comícios no verão, aumentando a especulação de que teria de fato algum problema de saúde.

Trump aproveitou para ganhar terreno

Trump aproveitou o recolhimento de Hillary para sair da defensiva e atacar a democrata em várias frentes. A campanha do republicano percebeu uma brecha na ausência forçada da adversária e tomou de assalto o noticiário no fim de semana e na segunda-feira (12).

A estratégia é tentar diminuir ainda mais a vantagem da democrata - hoje na casa dos 5% - até o primeiro debate presidencial, que acontece no próximo dia 26. Na segunda-feira, Trump tentou grudar em Hillary a pecha de intolerante, mais identificada com sua própria campanha, depois do vazamento de declarações da candidata em um encontro com a comunidade LGBT na sexta-feira. Em seu discurso, Hillary chamou parte significativa dos apoiadores de Trump de racistas, sexistas e “um bando de pessoas deploráveis”.

Em um comício na segunda-feira, Trump disse que está claro agora que quem comanda uma campanha recheada de ódio, negativa, é Hillary e não ele. No entanto, a violência física se deu no próprio comício com grupos anti-Trump e militantes republicanos chegando às vias de fato, criando um clima ainda mais tenso para o primeiro debate presidencial.

Expectativas para o debate do dia 26

As expectativas para o primeiro debate presidencial entre os candidatos aumentaram dos dois lados. Hillary precisa aparecer bem, saudável e pronta para o duelo de ideias com o adversário conservador.

Já Trump tem tarefa ainda mais difícil: reverter a imagem de despreparo e radicalismo contra grupos minoritários que todas as pesquisas mostram ter grudado em sua pele.

A maior parte dos analistas políticos acreditam que a recuperação nas pesquisas de Trump, se confirmada, chegou muito tarde na corrida presidencial. E somente um fato novo, por exemplo alguma informação contra Hillary que Trump possa apresentar no debate, conseguiria tirar Hillary da condição de favorita para novembro.

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