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Colômbia/Farcs

Farc vão liberar em breve crianças-soldado da guerrilha

Os menores recrutados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), deixarão em breve a guerrilha. O acordo concluído entre o grupo rebelde e o governo colombiano em Cuba foi anunciado neste domingo (15) na presença de Leila Zerrouqui, representante especial da ONU para as crianças e os conflitos armados.

Uma combatente das Farc em Santa Fe, na Colômbia
Uma combatente das Farc em Santa Fe, na Colômbia Getty Image / Carlos Villalon
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Segundo o comunicado, os menores de 15 anos serão os primeiros a deixar a guerrilha, o que deve acontecer nas próximas duas semanas. As crianças-soldados que não estiverem envolvidas em crimes graves vão beneficiar de uma anistia.

O número de crianças que integram as FARC não foi revelado, mas de acordo com dados do governo, 60% dos 6 mil menores que deixaram a luta armada nos últimos 17 anos na Colômbia integravam a guerrilha. O grupo sempre negou o recrutamento dos soldados-mirins, alegando que acolhia órfãos e vítimas de violência.

No início de fevereiro, a guerrilha anunciou que passaria a recusar o engajamento de menores de 18 anos. No Twitter, o presidente colombiano Juan Manuel Santos comemorou um “acordo histórico para livrar as crianças da guerra”. Segundo ele, elas serão entregues às suas famílias “assim que possível”.

“Direitos das crianças serão respeitados”

O negociador das Farc, Ivan Marquez, afirmou que os direitos das crianças-soldado serão respeitados. Segundo ele, os menores serão encaminhados para programas sociais e educativos, “para que a exclusão social ao qual eles foram submetidos não se repita jamais”.

Na última sexta-feira, a guerrilha das Farc pediu aos colombianos que se preparassem para comemorar o fim de um conflito armado de mais de meio século. Na véspera, os negociadores decidiram inscrever o futuro acordo de paz na Constituição, uma garantia exigida pelo grupo para desmantelar a guerrilha.

As discussões sobre o acordo de paz começaram no fim de 2012 em Cuba. O governo e as Farc já assinaram vários acordos intermediários, principalmente sobre a luta contra o tráfico de drogas ou ainda reparações de danos às vítimas.

Mas antes da assinatura definitiva do acordo de paz, a guerrilha e o executivo ainda devem especificar as modalidades de desarmamento e o modo de ratificação do acordo de paz final. O conflito deixou nas últimas décadas mais de 260 mil mortos, 45 mil desaparecidos e 6,8 milhões de deslocados.
 

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