Parlamento elege presidente interino do Haiti
Jocelerme Privert foi eleito presidente interino do Haiti na madrugada deste domingo (14). A votação no parlamento do país, retransmitida ao vivo pela TV, foi longa e só aconteceu no segundo turno. Ele assume a presidência que estava vaga desde 7 de fevereiro e vai garantir a transição até a conclusão das eleições democráticas para presidente, interrompidas em janeiro após acusações de “um Golpe de Estado Eleitoral” pela oposição haitiana.
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Jocelerme Privert, de 62 anos, era até agora o presidente do Senado. Ele foi eleito após mais de 9 horas de debates e somente no segundo turno, mas obteve finalmente uma larga vitória e já prestou juramento. Com sua eleição, o Haiti acaba com um vazio institucional sem precedentes. Desde 7 de fevereiro, o país estava sem presidente. Michel Martelly deixou o poder no fim de seu mandato sem ter um sucessor, devido a suspensão por tempo indeterminado das eleições presidências no país. A votação foi interrompida antes da realização do segundo turno, após denúncias de fraudes da oposição. No primeiro turno, em 25 de outubro do ano passado, o candidato da situação, Jovenel Moïse, conquistou quase 33% dos votos e Jude Célestin, da oposição, 25,29%.
Um acordo assinado antes do fim do mandato de Martelly dava ao parlamento a missão de eleger um presidente interino em 120 dias. Esta é a primeira vez desde 1946 que o Haiti escolhe um chefe de Estado pela via indireta. Privert terá a tarefa de concluir o processo eleitoral para a escolha democrática do novo presidente.
Segundo turno das eleições em quatro meses?
A expectativa é que o segundo turno das eleições presidencial e legislativa seja realizado em quatro meses. Mas tudo indica que o prazo não será suficiente. O Conselho Eleitoral Provisório, responsável pela organização da votação, tem que ser recomposto. Seis de seus nove membros pediram demissão com a crise. A escolha dos novos representantes deve gerar novas tensões e acusações de ingerência do poder executivo pela oposição.
O financiamento é outro problema. Até agora, o processo eleitoral interrompido já custou US$ 100 milhões, em sua maioria repassados pela comunidade internacional.
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