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Colômbia/Farc

Farc iniciam trégua inédita na Colômbia, mas violência continua

A trégua ilimitada decretada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) entrou em vigor neste sábado (20). Mas o cessar-fogo tem início em clima de instabilidade após a morte, na véspera, de cinco soldados vítimas de uma emboscada no oeste do país. A guerrilha marxista ameaça atacar em caso de ofensiva do exército.

Policiais carregam corpos dos soldados vítimas de uma emboscada , poucas horas antes do início da trégua das Farc.
Policiais carregam corpos dos soldados vítimas de uma emboscada , poucas horas antes do início da trégua das Farc. REUTERS/Jaime Saldarriaga
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As Farc aceitaram interromper as hostilidades por um período indeterminado, algo inédito desde o início das discussões de paz. Mas a guerrilha já avisou que a trégua será suspensa em “caso de ataques da parte da força pública”. O grupo também pede a presença de observadores internacionais nas discussões de paz, reivindicação recusada por Bogotá.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que o início do cessar-fogo é um passo positivo. “Espero que tenhamos outros gestos que permitirão a diminuição do conflito e uma aceleração dos resultados de negociação”, declarou o chefe de Estado, que se recusa a falar de armistício antes de um acordo de paz definitivo.

A trégua que teve início neste sábado acontece após uma grave crise no processo de paz, que chegou a ser suspenso no mês passado depois do rapto do general Ruben Alzate na província de Choco. As discussões foram retomadas após a liberação do militar.

Guerrilha matou soldados na véspera da trégua

No entanto, o cessar-fogo já começou instável. Poucas horas antes do início da trégua, as Farc armaram uma emboscada para uma patrulha militar, no oeste do país. Mas o episódio, que resultou na morte de cinco soldados, não colocou em questão as negociações de paz, realizadas há mais de dois anos em Cuba.

A luta das Farc, que conta com cerca de 8 mil combatentes, é o mais antigo conflito da América Latina. Segundo números oficiais, em meio século de duração, mais de 220 mil pessoas morreram e outras 5,3 milhões tiveram que deixar suas casas.

Violência continua na Colômbia

O cessar-fogo anunciado pelas Farc não significa o fim da violência na Colômbia, pois uma segunda guerrilha, o Exército de Liberação Nacional (ELN), que também iniciou negociações com o governo, não aderiu à trégua. Fundado nos anos 60, o grupo, que tem mais de 2 mil combatentes, é acusado por Bogotá de ter assassinado três policiais e raptado um prefeito colombiano.

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