Jornalistas estrangeiros são presos durante protestos na Venezuela

Cerca de 40 pessoas foram presas durante as manifestações de sexta-feira (28) em Caracas. Jornalistas estrangeiros, que estavam cobrindo o protesto contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro, também teriam sido detidos. Pelo menos três pessoas ficaram feridas nos últimos confrontos com a polícia, que respondeu novamente aos ataques dos manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo.

Manifestantes enfrentaram novamente a polícia nas ruas de Caracas nesta sexta-feira. REUTERS/Jorge Silva

Segundo a imprensa local, dos 41 manifestantes detidos nesta sexta-feira, oito seriam estrangeiros. O emissora pública de televisão VTV não dá os nomes dos presos, mas os apresenta como “suspeitos de terrorismo internacional”.

De acordo com o sindicato da imprensa venezuelana SNPT, a fotógrafa italiana Francesca Commissari, que trabalha para o jornal local El Nacional, faz parte dos detidos durante os protestos na região da praça Altamira, em Caracas. O jornalista norte-americano Andrew Rosati, do Miami Herald, também teria sido preso, mas foi libertado em seguida. O sindicato afirma que o repórter foi vítima de golpes na cabeça e no abdome. As autoridades locais não confirmaram a informação.

Pelo menos três pessoas ficaram feridas durante os confrontos desta sexta-feira segundo Ramon Muchacho, prefeito do bairro de Chacao, onde se situa a praça Altamira. O local, palco de protestos quase diariamente desde o início da mobilização popular há cerca de três semanas, continua cercado por barricadas.

A onda de manifestações e os confrontos com a polícia já fizeram pelo menos 18 mortos e 261 feridos, de acordo com o balanço oficial divulgado pelas autoridades venezuelanas. Novos protestos contra o governo já estão previstos para este sábado.