Acessar o conteúdo principal
Linha Direta

Maduro promove conferência de paz mas protestos continuam na Venezuela

Publicado em:

Há quase um mês a Venezuela vem enfrentando uma profunda crise que é visível nas ruas de quase todo o país, onde manifestantes fazem constantes protestos pedindo a saída do presidente Nicolás Maduro. Apesar das prisões e da morte de manifestantes, os opositores não se deixam intimidar e novas passeatas estão programadas para esta quarta-feira (26).

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs uma conferência nacional de paz neste 26 de fevereiro de 2014.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs uma conferência nacional de paz neste 26 de fevereiro de 2014. REUTERS/Jorge Silva
Publicidade

Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas, informa que hoje as atenções estão voltadas para o Palácio de Miraflores, onde será realizada a Conferência pela Paz proposta pelo presidente Nicolás Maduro. Convocada pelo governo venezuelano, a reunião deve receber diversos setores da sociedade, inclusive da oposição, para dialogar a fim de “garantir a paz”, segundo as palavras de Maduro.

Os líderes estudantis Juan Requenses e Gariela Avellano, que estão à frente dos protestos realizados em Caracas nos últimos dias, também foram convidados. No entanto, há grande expectativa em torno do opositor Henrique Capriles Radonski, que havia rejeitado conversa com o que ele chama de “governo repressor”, em clara referência às 15 vítimas fatais dos recentes protestos.

Durante a manhã, na capital, haverá duas marchas antes do início do diálogo. "Uma feita pelos camponeses em apoio ao governo de Maduro, e outra convocada pela deputada opositora Maria Corina Machado e pela esposa de Leopoldo López, Lilian Tintori, para que as mulheres façam uma caminhada até a sede da Guarda Nacional contra os supostos abusos cometidos por este grupo durante os protestos", explica Elianah.

Venezuela e EUA

A correspondente também analisa que na terça-feira (25) a Venezuela deu um passo favorável à sua conturbada relação com os americanos ao anunciar o nome de Maximilien Arvelaiz como o possível embaixador de Caracas em Washington. No entanto, o Departamento de Estado norte-americano anunciou a expulsão de três diplomatas venezuelanos como medida de reciprocidade à expulsão, na semana passada, de outros três funcionários dos Estados Unidos na Venezuela, acusados de fornecer verbas para supostos grupos desestabilizadores aqui.

O chanceler Elías Jaua criticou a decisão de Washington, enfatizando que não é possível falar de reciprocidade porque os funcionários venezuelanos não tomaram decisões contrárias ao governo daquele país. A sugestão do nome de Maximilien Arveláiz, que antes foi embaixador da Venezuela no Brasil, deverá ser avaliada pelo governo dos Estados Unidos.

Repressão

"Muitas organizações não-governamentais manifestam preocupação com o que está acontecendo por aqui", observa a jornalista, enfatizando que manifestantes presos teriam sido torturados. "Inclusive um deles denunciou que um soldado o violou usando um fuzil", diz Elianah.

Mediadores estão se oferecendo para ajudar a Venezuela a encontrar uma saída para a crise na qual está imersa há quase um mês. A Organização de Estados Americanos (OEA) deverá discutir na quinta-feira (27) a proposta do Panamá de convocar uma reunião de urgência com chanceleres de países membros da OEA para considerar a situação venezuelana. A Sociedade Interamericana de Imprensa condenou a censura informativa e o tratamento hostil dado aos jornalistas no país.

Paralisações

"Houve uma readaptação da rotina devido aos protestos como, por exemplo, a redução do horário de serviço e das aulas nas escolas... Mas o transporte de alimentos e de demais produtos sentiu mais o reflexo dos protestos e das barricadas em diversas partes do país", diz Elianah.

Em Caracas falta legumes e verduras frescas, além dos produtos que antes já estavam escassos. De acordo com comerciantes, os feriados decretados por Maduro deverão acentuar ainda mais este problema. "O presidente decidiu decretar feriado nesta quinta em memória aos mortos da explosão social conhecida como Caracazo, que aconteceu há 25 anos. Maduro antecipou o carnaval decretando feriado na próxima sexta (28). Analistas apontam que o presidente tomou esta decisão para tentar esfriar os protestos", conclui a correspondente da RFI.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Veja outros episódios
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.