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EUA/Brasil

Apesar de divergências, visita de Dilma a EUA marca reaproximação

As divergências entre Brasil e Estados Unidos, principalmente na economia, permanecem grandes após o encontro entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama. Mas a reunião ocorrida ontem marca um passo importante na reaproximação entre os dois países, um diálogo que estava ferido depois de uma década de desentendimentos. No mesmo dia, Hillary Clinton anunciou abertura de mais dois consulados americanos no Brasil.

O presidente americano, Barack Obama, e a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, durante encontro desta segunda-feira no Salão Oval da Casa Branca, em Washington.
O presidente americano, Barack Obama, e a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, durante encontro desta segunda-feira no Salão Oval da Casa Branca, em Washington. REUTERS/Kevin Lamarque
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Raquel Krähenbühl, correspondente RFI em Washington

Foi o terceiro encontro dos dois presidentes em pouco mais de um ano. Para Obama, as relações entre os dois tiveram um “enorme progresso” desde março do ano passado, quando ele esteve no Brasil. Dilma disse que essa relação é de “alta qualidade”.

No salão oval da Casa Branca, a conversa durou uma hora e meia, o dobro do previsto, afinal, a lista de assuntos era grande. Os dois países buscam aprofundar a cooperação em comércio, investimentos, ciência e tecnologia, inovação, educação e energia. Obama mostrou interesse sobretudo no petróleo brasileiro, falando que os Estados Unidos não querem apenas ser um grande consumidor, mas sim cooperar nos projetos energéticos do país.

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"Temos pontos em que não convergimos em nossas posições" (Dilma Rousseff)

Apesar do tom otimista, a aparência dos dois presidentes não era das mais animadas, durante uma coletiva de imprensa logo após a reunião fechada. A líder brasileira reconheceu que eles ainda têm muitas divergências. “Temos também pontos em que não convergimos nas nossas posições, porque cada um representa uma nação diferente e não podemos acreditar, princialmente nós que somos as duas maiores democracias do continente, que todo mundo é "Joãozinho, o Joãzinho do passo certo”, disse Dilma. “Todo mundo anda no mesmo passo. Nós não somos "Joãzinho do passo certo. Nem do passo errado.”

Ao lado de Obama, a presidente criticou mais uma vez o “tsunami monetário”, a injeção de capital no mercado realizada pelos paises desenvolvidos durante a crise, que segundo ela compromete o crescimento dos emergentes.

Economia e comércio estiveram no topo da agenda da presidente, que participou de três encontros com o setor privado para estimular a cooperação com o segundo maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, o volume de comércio entre os dois países chegou a 74 bilhões de dólares.

Consulados em Porto Alegre e Belo Horizonte

Um dos acordos assinados nesta segunda-feira pretende expandir a exportação da cachaça, que tem faturamento anual de 2 bilhões de reais no país, mas a quantidade exportada representa apenas 1% da capacidade instalada no Brasil. Os Estados Unidos reconheceram a cachaça como um produto distinto brasileiro.

Outra notícia que animou os brasileiros foi o anúncio da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, sobre a abertura de mais dois consulados americanos no Brasil - um em Belo Horizonte e outro em Porto Alegre. Os dois governos se comprometeram a trabalhar para acabar com o visto de entrada nos dois países.

Hoje, Dilma segue para Boston, onde vai visitar o MIT (Massachusetts Instituto of Technology), reunir-se com o governo do Estado e depois encontrar-se com a direção da Universidade de Harvard, onde também vai conversar com estudantes brasileiros na instituição. Ainda nesta terça-feira, ela embarca de volta para Brasília.
 

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