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"Milei tende a ter relação tensa e fria com Lula”, avalia ex-chanceler de Bolsonaro

Entre os convidados para acompanhar a vitória de Javier Milei no domingo (19), estava o ex-chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, como representante do bolsonarismo e do Foro de Madri, uma aliança que une partidos e organizações de extrema direita ibero-americanos.

Imagem do ex-chanceler brasileiro diante de um painel de campanha de Javier Milei, em Buenos Aires.
O ex-chanceler Ernesto Araújo acompanhou em Buenos Aires a vitória de Javier Milei à presidência argentina. © Marcio Resende
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Em entrevista à RFI, pouco antes do discurso de vitória de Javier Milei no hotel em Buenos Aires transformado no quartel general do presidente eleito da Argentina, Ernesto Araújo avaliou que a vitória do candidato ultraliberal balança as estruturas de poder da região.

“Tem um impacto imenso. A Argentina é um país muito importante na América Latina. Então, esta vitória balança as estruturas de poder na região. Javier Milei vem com um plano muito audacioso. Se esse plano der certo, os países da região com desempenho econômico e social medíocre, terão um modelo alternativo de referência”, sugere.

Na entrevista, o ex-ministro fez previsões de como devem ser as relações entre Javier Milei e o presidente brasileiro Lula e entre os dois governos. 

“A relação entre os presidentes tende a ser tensa e a relação entre os governos tende a ser fria, mas a relação entre os países tende a continuar normalmente em tudo aquilo que não depende dos governos”, avalia. “A integração entre Brasil e Argentina não precisa de uma amizade de irmão entre presidentes”, acrescenta.

Araújo também opinou sobre o futuro das relações econômicas diante do programa apresentado pelo presidente eleito da Argentina. “O programa de Milei implica uma desestatização das relações entre os países, no sentido de que as relações entre os setores produtivos e as sociedades deixem de ser administradas pelos governos. Acho que o governo Milei será muito bom para os exportadores brasileiros, pois a Argentina vai voltar a crescer, a receber investimentos e a gerar demanda”, prevê.

Ernesto Araújo continua na carreira diplomática, mas em licença não-remunerada desde setembro de 2021. Atualmente recluído em Connecticut, nos Estados Unidos, dedica-se aos estudos e à produção de conteúdo sobre filosofia política, além de ser conselheiro internacional da “Fundación Disenso” do partido de extrema direita espanhol Vox.

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