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Quem é Daniel Noboa, o jovem candidato surpresa da violenta eleição no Equador

No Equador, a candidata de esquerda, Luisa Gonzalez, venceu o primeiro turno da eleição presidencial. Em 15 de outubro, ela enfrentará Daniel Noboa, o adversário nessa eleição. Com 24% dos votos, o candidato de direita de 35 anos, defensor da linha dura contra as gangues e filho de um dos homens mais ricos do país, causou surpresa, num momento em que as pesquisas previam um dos últimos lugares da votação para ele.

Daniel Noboa, 35 anos, filho de um bilionário que se opõe resolutamente ao "Correísmo", surpreendeu ao ficar em segundo lugar (24%).
Daniel Noboa, 35 anos, filho de um bilionário que se opõe resolutamente ao "Correísmo", surpreendeu ao ficar em segundo lugar (24%). AP
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O bilionário Álvaro Noboa se candidatou à presidência cinco vezes e conseguiu se classificar para o segundo turno três vezes, mas nunca venceu. Agora, seu filho Daniel Noboa, também membro da elite empresarial do país, está assumindo o cargo.

Bastante liberal, o mais jovem na eleição, sempre vestindo um colete à prova de balas, está apostando na segurança. Ele quer reformar a força policial e, no domingo, 20 de agosto, reiterou que "combateria o crime".

"O que também explica sua pontuação no primeiro turno é que ele conseguiu se distanciar da dicotomia correísmo/anti-correísmo. Ele não fez campanha sobre esses temas", aponta Alexis Medina, professor de civilização latino-americana na Universidade de Franche-Comté, contatado pela RFI.

No segundo turno, contra o candidato da ala apoiadora do ex-presidente Rafael Correa, ele terá de reconquistar os votos dos outros candidatos anticorreistas e de direita, em especial os de Christian Zurita, substituto de Fernando Villavicencio, o terceiro candidato mais forte na eleição, assassinado recentemente.

"Um novo Equador"

Acima de tudo, Daniel Noboa repete que representa "uma nova geração para um novo Equador". "Ele conseguiu encarnar o novo, mesmo sendo um homem de negócios, filho de um magnata da banana", explica o pesquisador, que enfatiza sua juventude e frescor. Sua carreira política começou em 2021, quando foi eleito membro do Parlamento.

No Congresso equatoriano, ele também ocupou o cargo de presidente do Comitê de Desenvolvimento Econômico, onde fez aprovar leis sobre tributação e investimento, mas onde também foi duramente criticado por ter financiado - no auge da guerra entre a Rússia e a Ucrânia - uma viagem de seis membros da Assembleia à Rússia, um dos principais importadores de bananas equatorianas.

Daniel Noboa é, antes de tudo, um homem de negócios: aos 18 anos, montou sua própria empresa de eventos, antes de trabalhar com seu pai, que construiu um império em torno da exportação de bananas, uma figura controversa acusada de evasão fiscal.

Todo esse histórico familiar e pessoal pode pesar muito na campanha entre as duas eleições. Em 2019, sua ex-mulher Gabriela Goldbaum o acusou de violar acordos de visita relativos à filha do casal.

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