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Incêndio florestal no Havaí é comparado com cenário de guerra; 36 pessoas morreram

Pelo menos 36 pessoas morreram no Havaí num grande incêndio florestal que teve início nesta quarta-feira (9), onde duas ilhas são atualmente afetadas por vários focos de incêndios. As chamas provocaram a evacuação de milhares de pessoas e obrigaram alguns habitantes a atirarem-se ao mar para escapar do fogo, segundo as autoridades locais.

A histórica Igreja Waiola, na ilha de Maui, em chamas.
A histórica Igreja Waiola, na ilha de Maui, em chamas. © AP - Matthew Thayer
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Os incêndios dizimaram vilas inteiras, incluindo a histórica cidade turística de Lahaina, na costa oeste de Maui. "À medida que os esforços de combate a incêndios continuam, 36 mortes foram descobertas até agora no incêndio de Lahaina, ainda ativo", de acordo com um comunicado pelas autoridades do condado de Maui, a principal ilha afetada.

A gravidade das perdas torna os incêndios florestais um dos desastres mais mortais da história do arquipélago norte-americano. Os incêndios foram agravados por ventos violentos, que chegam aos 130 km/h, alimentados pela força do furacão Dora, que neste momento passa pelo Oceano Pacífico, várias centenas de quilômetros ao sul do arquipélago.

Lahaina, cidade balnear de 12 mil habitantes, viveu "cenas de um filme". Segundo testemunhas, havia pessoas presas no trânsito em meio a carros em chamas. O governador do Havaí, Josh Green, confirmou em comunicado que "centenas de famílias locais foram deslocadas" e que “sobrevoos pela cidade identificaram "mais de 271 estruturas" danificadas. Além disso, cerca de 13 mil residências e comércios ficaram sem eletricidade no arquipélago.

O correspondente da RFI nos EUA, Loïc Pialat, falou com um piloto de helicóptero que ajudou na evacuação de turistas do Maui. O homem descreveu com tristeza a visão que teve de toda a destruição da paisagem da ilha: "Não estamos preparados para o que estamos vendo, isso parte meu coração. Parece que fomos bombardeados numa guerra".

Destruição sem precedentes 

No centro da cidade, "além de alguns prédios aqui e ali, tudo são escombros", disse um policial à AFP, sob condição de anonimato. A área "não foi revistada ou limpa de forma alguma", acrescentou, explicando que esperava que os socorristas encontrassem os corpos. "Dada a quantidade de material carbonizado, (...) não acho que haja muita vida ali”, relatou.

Presos pelas chamas, alguns moradores da cidade se jogaram no mar para tentar sobreviver. Autoridades divulgaram que 14 pessoas foram resgatadas das águas de Lahaina.

A rede hospitalar da ilha está "sobrecarregada" de pacientes com queimaduras ou inalação de fumaça, segundo a vice-governadora Sylvia Luke, que considera a situação "dramática". As autoridades estão tentando transferir pacientes para outras ilhas.

Segundo o jornal local Hawaii News Now, milhares de visitantes serão evacuados enquanto as autoridades pedem que as pessoas remarquem as viagens. A companhia aérea Hawaiian Airlines adicionou voos a tarifas baixas de U$ 19. A empresa também está oferecendo maior flexibilidade para quem deseja mudar as viagens para Maui.

Ajuda dos EUA

A Guarda Nacional foi acionada e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a mobilização de "todos os meios federais disponíveis" no arquipélago para combater os incêndios. O vento derrubou muitos postes elétricos e as redes de comunicação foram cortadas em parte de Maui. Isso complica muito a tarefa de resgate, porque mesmo o serviço de emergência 911 não funciona em algumas áreas da ilha.

A Autoridade de Turismo do Havaí trabalhou com a Cruz Vermelha dos EUA para montar um centro de assistência. Áreas de preparação para evacuação em massa foram montadas em Maui na tarde de quarta-feira, e a cidade está oferecendo ônibus do aeroporto de Honolulu para o centro de convenções a cada 20 minutos.

(Com AFP)

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