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EUA e França enviam reforços para ajudar Canadá a lutar contra incêndios em Quebec

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, telefonou para o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, para oferecer ajuda na luta contra os incêndios florestais que atingem a província de Quebec, no leste do Canadá. As chamas já queimaram mais de 3 milhões de hectares de floresta e desalojaram 20.000 pessoas. A fumaça, arrastada pelo vento, já cobre parte do nordeste dos Estados Unidos, afetando 100 milhões de pessoas. Reforços americanos chegam nesta quinta-feira (8) e a França também enviou ajuda.

Vista arérea de Nova York envolvida em fumaça de incêndios florestais no Canadá, na quarta-feira, 7 de junho de 2023.
Vista arérea de Nova York envolvida em fumaça de incêndios florestais no Canadá, na quarta-feira, 7 de junho de 2023. AP - Yuki Iwamura
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Depois das províncias canadenses de Alberta (oeste) e Nova Escócia (leste), agora é a vez de Quebec ser atingida por incêndios florestais sem precedentes: quase 140 focos estão ativos atualmente, incluindo quase 100 considerados fora de controle, de acordo com a Sociedade para a Proteção das Florestas contra Incêndios (Sopfeu). Não há previsão de chuva significativa até a noite de segunda-feira (12).

“Com os agentes que temos atualmente, podemos combater cerca de 40 focos ao mesmo tempo”, disse o primeiro-ministro da província, François Legault. "Precisamos nos concentrar onde é mais urgente", acrescentou.

Quebec mobilizou centenas de agentes para atuar no local. Com ajuda internacional, incluindo os cem bombeiros da França que devem chegar até sexta-feira (9), a província espera aumentar sua capacidade para 1.200 agentes.

“Centenas de bombeiros americanos acabaram de chegar ao Canadá e mais estão a caminho”, anunciou o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau à noite, após conversar com o presidente americano Joe Biden.

A Casa Branca informou que o presidente "orientou sua equipe a implantar todos os meios federais de combate a incêndios que possam ajudar rapidamente" a combater o fogo no Canadá, informou a Casa Branca posteriormente.

“Esses incêndios são mais frequentes por causa das mudanças climáticas”, disse Justin Trudeau no Twitter.

As questões de equipamentos e número de agentes serão cruciais nos próximos dias, reconhecem as autoridades canadenses.

Fumaça nos Estados Unidos

A fumaça dos incêndios atinge os Estados Unidos. Em Nova York, a Estátua da Liberdade e os arranha-céus de Manhattan foram envolvidos por uma névoa laranja e marrom, enquanto as máscaras, muito usadas durante a pandemia de Covid, reapareceram nas ruas.

A visibilidade é tão difícil que a Agência de Aviação Civil dos Estados Unidos (FAA) retardou o transporte aéreo e impediu a decolagem de alguns aviões.

O governo dos EUA também pediu aos cidadãos com saúde frágil para "tomar precauções" diante da deterioração da qualidade do ar.

Vários alertas sobre a qualidade do ar devido à fumaça causada pelos incêndios no Canadá foram emitidos para cerca de 100 milhões de americanos de acordo com a Agência de Proteção Ambiental (EPA).

Esses alertas dizem respeito à maior parte do nordeste dos Estados Unidos, de Chicago, no norte, a Atlanta, no sul. A qualidade do ar nesta área "é afetada principalmente pelos incêndios canadenses, embora outras emissões de poluição e clima também influenciem", disse a EPA.

Pessoas retiradas de suas casas

Mais de 20.000 canadenses estão sendo evacuados em todo o país, mais da metade deles em Quebec, onde o governo está se preparando para evacuar outros 4.000.

Em uma das cidades, Normetal, localizada a sete horas de carro de Montreal, o fogo chegou a se aproximar por cerca de 500 metros das casas.

Os habitantes de Chibougameau, uma cidade de 7.000 habitantes, encontraram refúgio em Lac Saint-Jean, mais precisamente em Roberval. Durante toda a quarta-feira (7), os habitantes acolheram os refugiados, ofereceram quartos, caravanas e até casas para as pessoas que tiveram que abandonar suas residências às pressas.

“Colocamos em prática nosso plano de emergência, aqui em Roberval, com nossa unidade de crise”, explica Serge Bergeron, prefeito da cidade à RFI. “Encontramos camas, produtos sanitários e lanches. As pessoas foram muito cooperativas”.

As camas de acampamento instaladas em um centro esportivo são pouco utilizadas, já que a maior parte dos deslocados foi alojada em casas de particulares.

A província francófona registou 443 incêndios desde o início do ano, contra uma média de 200 na mesma data nos últimos dez anos.

A situação também é considerada excepcional pelas autoridades no que diz respeito ao número de hectares que já queimaram este ano. O Canadá atravessa um ano sem precedentes: cerca de 2.300 incêndios florestais foram registrados e cerca de 3,8 milhões de hectares foram queimados, uma quantidade bem acima da média das últimas décadas.

Devido à sua localização geográfica, o país aquece mais rapidamente do que o resto do planeta e tem enfrentado, nos últimos anos, eventos meteorológicos extremos cuja intensidade e frequência foram aumentadas pelas alterações climáticas.

(Com informações de RFI e AFP)

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