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Dissidentes das FARC propõem negociação de paz na Colômbia a partir de 16 de maio

Milhares de simpatizantes e membros dissidentes das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) se reuniram neste fim de semana para decidir sobre uma possível negociação de paz com as autoridades colombianas. Na tarde deste domingo (17), eles anunciaram que estão dispostos a discutir com o governo do presidente Gustavo Petro.

Membros da Estado-Maior Central das FARC se reuniram no sul da Colômbia, onde decidiram retomar a negociação de paz com as autoridades do governo.
Membros da Estado-Maior Central das FARC se reuniram no sul da Colômbia, onde decidiram retomar a negociação de paz com as autoridades do governo. AFP - JOAQUIN SARMIENTO
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“Anunciamos ao mundo inteiro que nossos delegados estão prontos para ir à mesa de diálogo com o governo 16 de maio”, disse uma porta-voz do Estado-Maior Central das FARC(EMC-FARC), a principal dissidência FARC. O grupo havia se recusado a assinar o histórico acordo de paz de 2016 entre o governo e a guerrilha marxista.

A EMC-FARC "espera que a instalação oficial da mesa de negociações possa acontecer", segundo esta "declaração política" lida no pódio desta inédita manifestação organizada no coração do território guerrilheiro, na savana da região de San Vicente del Caguan, no departamento de Caquetá. "Somos o exército do povo (...). As comunidades devem participar das negociações", declarou Danilo Alvizu, um dos comandantes da EMC-FARC.

Ivan Mordisco, líder da dissidência, que havia sido declarado como morto, estava presente no evento. Acompanhado das demais lideranças do grupo, ele apareceu sorridente, vestindo um uniforme, diante milhares de pessoas, a grande maioria camponeses, membros de organizações sociais e simpatizantes da rebelião, reunidas para a ocasião.

Sob o comando de Mordisco, os dissidentes, que se consideram os verdadeiros herdeiros das FARC – por muito tempo a mais poderosa guerrilha marxista da América Latina – federaram nos últimos meses várias outras "frentes" de dissidentes que atuam em várias regiões da Colômbia. Eles são estimados em cerca de 3.000 homens e atuam principalmente na Amazônia, na costa do Pacífico e na fronteira venezuelana.

O anúncio deste domingo é uma resposta aos pedidos de negociação feitos pelo presidente Gustavo Petro, eleito em 2022. O chefe de Estado havia prometido a “paz total” no país, após mais de meio século de conflitos internos.

A EMC-FARC propôs que a negociação aconteça na Noruega, como ocorreu durante as discussões de paz com as FARC. "Mas isso é apenas uma proposta", disse o comandante Alvizu, avaliando as "condições de um diálogo conjunto e o momento favorável" com o "governo democrático" de Petro.

(Com informações da AFP)

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