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Ex-policial argentino é condenado por sequestro durante ditadura militar

O ex-policial Mario "Churrasco" Sandoval foi condenado nesta quarta-feira (21) a 15 anos de prisão pelo sequestro e desaparecimento de um estudante durante a última ditadura argentina (1976-83). Ele foi extraditado da França para a Argentina em 2019.

Beatriz Cantarini de Abriata, mãe do arquiteto desaparecido Hernan Abriata, que teria sido torturado pelo ex-policial argentino Mario Sandoval
Beatriz Cantarini de Abriata, mãe do arquiteto desaparecido Hernan Abriata, que teria sido torturado pelo ex-policial argentino Mario Sandoval DANIEL GARCIA / AFP
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Sandoval foi condenado por um tribunal argentino de "privação ilegítima de liberdade, agravada por sua condição de funcionário público, e de imposição de tortura em detrimento de um homem perseguido politicamente", de acordo com a agência estatal Télam.

Centenas de outros casos de repressão ilegal pesam sobre o condenado, mas a França só aceitou sua extradição para o processo do estudante de arquitetura e militante da Juventude Universitária Peronista (JUP), Hernán Abriata. Ele foi sequestrado em 30 de outubro de 1976 aos 24 anos, de acordo com a sentença.

Carlos Loza conheceu Abriata há quatro décadas, na Escola Mecânica da Marinha de Buenos Aires, um centro de torturas onde se estima terem passado cerca de 5.000 pessoas. Em entrevista à RFI, ele considera que esta sentença "é uma forma de reparação à família, principalmente a mãe”, Beatriz Cantarini de Abriata, que pede por Justiça desde 1976. Abriata continua desaparecido.

O ex-policial argentino Mario Sandoval chega à Argentina extraditado da França para ser julgado pelo desaparecimento de um jovem em 1976, em 16 de dezembro de 2019 no aeroporto de Ezeiza.
O ex-policial argentino Mario Sandoval chega à Argentina extraditado da França para ser julgado pelo desaparecimento de um jovem em 1976, em 16 de dezembro de 2019 no aeroporto de Ezeiza. AFP

Sandoval ouviu a sentença de sua cela no quartel de Campo de Mayo, no oeste da capital argentina. O Ministério Público e a denúncia solicitaram penas que variam de 20 anos de prisão à prisão perpétua. Ele disse durante o julgamento que não era o autor do sequestro, e sim um homônimo, mas o tribunal tinha fortes evidências e testemunhos contra ele.

Sandoval obteve a nacionalidade francesa em 1997. Sem esconder o nome, tornou-se consultor do Instituto de Altos Estudos da América Latina, em Paris. Foi professor na Universidade Sorbonne Nouvelle (Paris 3) e na Universidade de Marne-La Vallé.

(Com informações da AFP)

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