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Nasa lança SLS, o foguete mais potente do mundo, e inicia nova era de exploração humana na Lua

O foguete SLS da Nasa, o mais potente do mundo, decolou nesta quarta-feira (16) da Flórida com destino à Lua, na primeira missão sem tripulação do programa Artemis da Agência Espacial dos Estados Unidos. O foguete subiu com uma gigantesca bola de fogo às 1h47 locais (3h47 de Brasília) do Centro Espacial Kennedy. 

Decolagem do foguete SLS do Centro espacial Kennedy, no Cabo Canaveral, na Flórida, nesta quarta-feira (16).
Decolagem do foguete SLS do Centro espacial Kennedy, no Cabo Canaveral, na Flórida, nesta quarta-feira (16). AFP - JIM WATSON
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Com informações de Simon Rozé, enviado especial da RFI à Flórida, e da AFP

O SLS (Space Launch System - Sistema de Lançamento Espacial) da Nasa é o lançador mais poderoso já construído até hoje. O foguete, o maior do mundo, deveria decolar mais cedo, mas houve um atraso de quarenta minutos, devido a um vazamento de hidrogênio líquido que estourou em uma válvula. 

A Nasa enviou rapidamente uma equipe à plataforma de lançamento para fazer o reparo diretamente no local. Outro problema que atrasou o lançamento ocorreu no sistema de seguimento do radar, que acompanha a trajetória do foguete. Operações de manutenção e novos testes tiveram de ser realizados, contribuindo para o atraso e sob a possibilidade de um novo cancelamento. 

Essa foi a terceira tentativa de lançamento. Há alguns meses, dois cancelamentos já haviam ocorrido por problemas técnicos e após as passagens de dois furacões pela Flórida. 

Após os reparos, a contagem regressiva recomeçou e a terceira tentativa foi um sucesso. Minutos antes da nova hora prevista para o lançamento, o SLS ligou seus quatro motores RS-25. Segundos antes de subir, as equipes da Nasa e jornalistas que acompanhavam o evento presenciaram a potência do foguete.

"Pudemos sentir nossas roupas tremendo com a onda de choque dos pistões de pólvora que lançaram o SLS. Depois de anos de construção e muitos problemas, decolou o novo foguete lunar americano, o sucessor do foguete Saturn V das missões Apollo", testemunhou o enviado especial da RFI à Flórida, Simon Rozé. 

O lançamento era esperado há anos nos Estados Unidos. “A Nasa se dota novamente de um programa lunar. O show é impressionante porque o céu está muito claro e podemos ver a Lua com precisão no céu. O foguete está indo em sua direção, é impressionante vê-lo assim na Flórida", reiterou o jornalista.

Após oito minutos, a fase principal se separou do foguete. Quase uma hora e meia após a decolagem, um último impulso da fase superior colocou a cápsula Orion a caminho da Lua, onde chegará em alguns dias. Para este voo de teste, sem astronauta a bordo, a Orion não vai aterissar na Lua, mas vai se aventurar e chegar a 64 mil quilômetros dela, um recorde para uma embarcação habitável. 

Missão de 25 dias 

A missão Artemis 1 deve durar 25 dias, com várias etapas delicadas. Depois, a Orion iniciará o retorno à Terra e testará seu escudo térmico, o maior já construído. Ao atravessar a atmosfera, a cápsula terá que suportar temperaturas que alcançam metade da temperatura da superfície do Sol. O pouso no Oceano Pacífico está previsto para 11 de dezembro.

O lançamento desta quarta-feira representa uma grande estreia do programa que pretende levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua. "Este foguete custou muito suor e lágrimas", declarou na terça-feira (15) o diretor da Nasa, Bill Nelson. "Nos permitirá voar até a Lua e voltar durante décadas", afirmou. 

De fato, depois do foguete Saturn V das missões Apollo e após os ônibus espaciais, o SLS inaugura uma nova era de exploração humana, desta vez do espaço profundo. Em 2024, Artemis 2 levará os astronautas à Lua, mas sem pousar no satélite. Esta honra será reservada para a tripulação do Artemis 3, provavelmente em 2025.

A Nasa planeja ter uma missão anual para construir uma estação espacial em órbita ao redor da Lula e uma base em seu polo sul. O objetivo é testar novos equipamentos como trajes, veículos, uma minicentral elétrica e o uso de água gelada no local para estabelecer uma presença humana duradoura.

O experimento tem a meta de preparar um voo tripulado para Marte, talvez no fim da década de 2030. Esta viagem, de uma escala completamente diferente, demoraria pelo menos dois anos para ser concluída.

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